Ela andava tranquilamente pela rua, quando, do nada, o
coração começou a bater extremamente rápido. O restante dor corpo se agitou,
estavam todos alertas. O cérebro, indignado, pergunta:
- Coração, por que bates assim tão forte?
O coração responde:
- Pergunta para os olhos, ué.
- Olhos, o que vocês viram que fizeram o coração ficar
assim?
Os olhos respondem:
- É aquele... Aquele garoto!
O coração disse:
-Ai meu Deus! Cabelo se ajeite, por favor. A senhora coluna
poderia ficar reta? E lábios, fiquem bonitos...
As ordens continuaram e o cérebro, indignado disse:
- Ei, parem com isso! Ele não merece! Coração, ela vai se
magoar de novo!
O coração irritado responde:
- Não, não vai. Esse garoto é diferente. Agora fique quieto
e faça o seu trabalho! Ah, mande os pulmões se acalmarem, a respiração dela
está difícil.
- Não há como eu mandar que façam isso, seus batimentos
estão muito acelerados.
- Então me acalme, oras!
O cérebro se irritou, mas tomou uma atitude: fez com que a
boca contasse tudo para outra amiga, que disse tudo o que o cérebro pensava. Mas
o coração era teimoso, não queria ouvir e fazia de tudo para que o cérebro não o
vencesse. Para isso, ele deixou com que os olhos enxergassem, mas que ficassem
cegos ao verem a situação. Fez com que os ouvidos fossem tapados, mas deixou a
boca continuar falando.
O coração era ruim, acabou fazendo com que da boca daquela
moça só saísse a frase “sim, amor” e quando o cérebro percebeu, estava
recebendo informações de “eu te amo” o tempo todo e logo se viu fazendo movimentos...
Movimentos do tipo, tirar a roupa. O cérebro recebeu informações de um garoto
nu e a sua menina nua também. O cérebro viu os dois em uma cama, e dentro do corpo,
percebeu os hormônios loucos e o coração completamente cego de amor.
Triste, o coração desistiu e foi conversar com os neurônios:
- Somos fracos? – Perguntou o cérebro
-Não meu caro, o coração é, e vai ficar ainda pior quando
acontecer o que nossas informações já processaram.
O coração estava nas nuvens, quando de repente percebe que
os olhos mostraram a imagem de uma nova mensagem no celular da moça, que era do
seu amor. Nela dizia:
“Desculpe, você não é o que eu esperava, foi bom o que
passamos, mas estou terminando. Adeus”.
Esta simples mensagem fez o coração enlouquecer. Ele gritava
com todo o restante do corpo:
- Olhos chorem! Cabelos se baguncem! Boca grite! Braços
fiquem agoniados! Pernas caminhem de um lado ao outro! Cérebro fique confuso!
Todos obedeceram, exceto o cérebro. Ele disse:
- Confuso? Eu? Eu e os neurônios trabalhamos dia e noite
para fazer com que você visse quem era aquele garoto de verdade. Tentamos
várias vezes te mostrar a voz da amiga avisando o quanto a nossa menina
sofreria. Por que não nos escuta? E o pior é que ela está mal e...
O sermão do cérebro continuou, porém o cérebro, muito
esperto, enquanto brigava com o coração, mandou as pernas se levantarem e irem
até perto do celular da moça, para que os braços o alcançassem e os dedos
discassem o número de sua melhor amiga. Ela ligou e a amiga brigou com ela, mas
depois a consolou. O coração se aconchegou e o cérebro comemorou, afinal, ele
quem dava as ordens a partir daquele momento.