quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Contos de pais: Meu filho que perdeu a mãe pras drogas


Meu nome é Fábio. Eu me casei cedo, eu tinha apenas 16 anos. Minha esposa se chama Lisa e já faz anos que não sei o que aconteceu com ela. Meu filho Pedro tem 25 anos, é formado e é um ótimo médico. Mas não foi bem assim no começo...
Em 1987 o Pedro nasceu. Antes de ele nascer, a mãe dele já não se importava muito com o nosso casamento, mas eu imaginei que se tivéssemos um filho tudo mudaria, mas não mudou, só piorou. No dia que o Pedro nasceu, eu entrei com ele no quarto da Lisa pra ela poder pegar o filho no colo, mas ela não estava lá. Chamei as enfermeiras e começaram a procurar desesperadamente ela, mas não a acharam. Deixei o bebê aos cuidados de minha mãe e fui pra casa tomar um banho e tentar localizá-la. Quando cheguei em casa lá estava ela: sentada no sofá olhando televisão com um pacote de Doritos e uma cerveja. Obviamente brigamos, pois ela havia fugido do hospital para fazer aquilo.
Pedro foi crescendo e aqueles absurdos se tornavam constantes. Ela estava bebendo e não demorou muito para começar a se drogar. A situação ficou fora do controle quando ela engravidou. Como eu não podia deixar uma criança inocente na mão daquela mulher, conversei com ela e decidimos que eu criaria a criança como se fosse minha. Comuniquei isso a Pedro e ele, por já ter 12 anos, aceitou na boa.
Era setembro, Lisa já estava pronta para ter o bebê, mas no dia em que ele nasceria eu estava viajando com Pedro como de costume, então ela se deslocou ao hospital e quando fui buscá-la no hospital ela não estava lá, então fui pra casa, mas o bebê não estava lá. Então eu perguntei:
-Ué, cadê o bebê? Que dinheiro é esse?
-Eu vendi ele. Tinha uns ricaços querendo ter um menino então eu vendi o bebê. Em troca, eles me deram 50 mil reais.
-VOCÊ VENDEU O NOSSO FILHO???
-Ah, cala a boca. Ele nem era seu filho.
-Mas eu criaria ele como se fosse meu!
-Ah, para de me irritar.
-Volta aqui!
Pedro ficou ali, parado olhando tudo aquilo. Quando chegou a noite, eu levei-o para jantar para poder conversar com ele com mais calma. O garoto entendeu a real situação da mãe e compreendeu os meus sentimentos. Voltamos pra casa e, como sempre, Lisa não estava em casa.
No outro dia de manhã, encontrei muita droga dentro da mala dela, mas fingi não ter visto aquilo, afinal, já tinha desistido dela. Tomamos café da manhã, peguei minhas chaves para levar Pedro à escola e ir trabalhar. Quando voltamos, a empregada estava atirada no chão, toda machucada e ao perguntar o que havia acontecido, ela disse que Lisa estava descontrolada e que a bateu e foi embora. Lisa nunca mais voltou.
Sinto pena dela, pois ela não viu o filho passando na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, não viu ele se tornando um grande médico e não viu ele ficar noivo. Acho que ela viu ela se destruir com as drogas.

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