Meu nome é Fábio. Eu me casei cedo, eu tinha apenas 16 anos. Minha
esposa se chama Lisa e já faz anos que não sei o que aconteceu com ela. Meu
filho Pedro tem 25 anos, é formado e é um ótimo médico. Mas não foi bem assim
no começo...
Em 1987 o Pedro
nasceu. Antes de ele nascer, a mãe dele já não se importava muito com o nosso
casamento, mas eu imaginei que se tivéssemos um filho tudo mudaria, mas não
mudou, só piorou. No dia que o Pedro nasceu, eu entrei com ele no quarto da
Lisa pra ela poder pegar o filho no colo, mas ela não estava lá. Chamei as
enfermeiras e começaram a procurar desesperadamente ela, mas não a acharam.
Deixei o bebê aos cuidados de minha mãe e fui pra casa tomar um banho e tentar
localizá-la. Quando cheguei em casa lá estava ela: sentada no sofá olhando
televisão com um pacote de Doritos e uma cerveja. Obviamente brigamos, pois ela
havia fugido do hospital para fazer aquilo.
Pedro foi
crescendo e aqueles absurdos se tornavam constantes. Ela estava bebendo e não
demorou muito para começar a se drogar. A situação ficou fora do controle
quando ela engravidou. Como eu não podia deixar uma criança inocente na mão
daquela mulher, conversei com ela e decidimos que eu criaria a criança como se
fosse minha. Comuniquei isso a Pedro e ele, por já ter 12 anos, aceitou na boa.
Era setembro, Lisa
já estava pronta para ter o bebê, mas no dia em que ele nasceria eu estava
viajando com Pedro como de costume, então ela se deslocou ao hospital e quando
fui buscá-la no hospital ela não estava lá, então fui pra casa, mas o bebê não
estava lá. Então eu perguntei:
-Ué, cadê o bebê?
Que dinheiro é esse?
-Eu vendi ele.
Tinha uns ricaços querendo ter um menino então eu vendi o bebê. Em troca, eles
me deram 50 mil reais.
-VOCÊ VENDEU O
NOSSO FILHO???
-Ah, cala a boca.
Ele nem era seu filho.
-Mas eu criaria
ele como se fosse meu!
-Ah, para de me
irritar.
-Volta aqui!
Pedro ficou ali,
parado olhando tudo aquilo. Quando chegou a noite, eu levei-o para jantar para
poder conversar com ele com mais calma. O garoto entendeu a real situação da
mãe e compreendeu os meus sentimentos. Voltamos pra casa e, como sempre, Lisa
não estava em casa.
No outro dia de
manhã, encontrei muita droga dentro da mala dela, mas fingi não ter visto
aquilo, afinal, já tinha desistido dela. Tomamos café da manhã, peguei minhas
chaves para levar Pedro à escola e ir trabalhar. Quando voltamos, a empregada
estava atirada no chão, toda machucada e ao perguntar o que havia acontecido,
ela disse que Lisa estava descontrolada e que a bateu e foi embora. Lisa nunca
mais voltou.
Sinto pena dela,
pois ela não viu o filho passando na Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
não viu ele se tornando um grande médico e não viu ele ficar noivo. Acho que
ela viu ela se destruir com as drogas.
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