Era festa de 15 anos da Bruna, todo o pessoal do colégio estava lá. Os
convidados foram chegando e depois de um tempo, Luciana chegou e se sentou ao
lado das amigas. Luciana era alta, tinha lindas pernas, uma cintura fina, era
negra de olhos verdes. Os cachos em seus cabelos dançavam quando ela caminhava,
seu sorriso era lindo e sua boca grossa fazia daquela garota de 14 anos uma
menina especial.
Por mais que fosse uma menina adorável, doce, simpática, divertida e
outras várias características, ela era motivo de piada entre os seus
"amigos". Eles não acreditavam que uma garota daquelas era virgem e
nunca arranjara um namorado. Ela teve seus "rolos", mas nunca
namorou. Luciana deixava todos boquiabertos quando negava bebidas alcoólicas
nas festas, mas eles não entendiam que ela simplesmente não precisava de álcool
para ficar descontraída e divertida.
Luciana era inteligente, mas vivia se questionando de muitas coisas,
como por exemplo, o porquê ela, que não fazia nada era a "santinha"
da turma e aquela garota que fazia o que entre o grupo era
"divertido" é chamada de vadia. Por que, para que uma cidade inteira
lembre o seu nome você tem que beijar todos os garotos desta cidade? Por que os
garotos querem namorar uma virgem, mas antes de namorar tiram a virgindade de
várias? Engraçado isso, porque em uma das várias conversas que tinha com a mãe,
descobriu que a mãe também fazia estas perguntas e até hoje não encontrou a
resposta e se encontrou, preferiu não comentar porque não se orgulhou da
resposta.
Luciana pensou nisso quando viu vários garotos virando duas garrafas de
cerveja sendo que mal a festa havia começado. Coitados, eles precisavam daquilo
para tomar coragem e paquerar alguma garota linda que eles não tinham coragem
de falar na escola, por exemplo. Por que a bebida era uma brincadeira entre
eles de quem bebia mais? Suas dúvidas foram interrompidas pela frase da amiga:
-Lu, aquele garoto tá de olho em você. Se eu não me engano, ele é primo
da Bru. Ele é gato.
-Não sei se hoje eu estou com vontade de ficar com alguém. Acho que só
quero me acabar dançando.
-Pode parar. A sua boca já está com teia de aranha de tanto tempo que
você não fica com alguém.
-Por que eu preciso ficar com ele?
-Porque você tem que aproveitar a vida.
-Se ele tiver um papo legal, talvez role. Tá bom assim?
-Ótimo.
Luciana observou atentamente o garoto. Na frente dele só havia uma
latinha de Coca-Cola e nenhuma cerveja. Era possível perceber que os amigos o
ofereciam bebida, mas ele negava. Na hora em que a balada começou, ele se
aproximou, os dois conversaram. Sim, ele tinha um papo legal e os dois
"ficaram". Trocaram números de celular, um deu o msn pro outro e
quando chegaram em casa se adicionaram no facebook.
Os dois tinham coisas em comum e ele a entendia e ela entendia. Ele era
ciumento, afinal, era bastante chato ver que os outros olhavam para a namorada
dele.
Luciana e o namorado tiveram a primeira relação sexual, então ela deixou
de ser a "santinha", só que nem todos sabiam disto, afinal, ela
não queria fazer parte das garotas que precisavam assumir não serem mais
virgens para serem populares. Luciana não queria fazer parte daquela, como diz
o meu ídolo Felipe Neto, "Cultura da bunda". Aquela em que a garota
que mais dá a bunda mais "popular" fica, e Luciana não queria fazer
isso. Sabe aquela coisa do "se respeitar"? Então, ela tinha disso e
acreditava nisso.
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