sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Contos de pais: O pai das "mocinhas"


Cristiano chegou ao velório às10 horas e o encerramento foi no cemitério, onde Maria Antonieta, sua esposa, foi cremada. Ele chorava triste, não apenas por ter perdido o amor de sua vida, mas por ter que criar gêmeas de apenas dois anos de idade.
Passaram-se semanas, meses, anos e as menininhas cresceram e já estavam com 11 anos de idade. Como de costume, ele estava sentado na mesa lendo o seu jornal enquanto esperava as meninas para o café da manhã, quando de repente escuta um grito de Alana. Ele saiu correndo abriu a porta do banheiro e perguntou:
-Filha, o que aconteceu?
-Aah, sai daqui pai!!
Ela bateu a porta na cara do pai e aparece Aline, a outra menina e diz:
-Bom dia, paizinho. Espera aí. Alana, o que aconteceu?
-Entra aqui e você vai ver!
Aline entrou e teve um ataque de risos:
-Pra quê tanto escândalo? O pai ficou assustado, sabia?
-E você acha que EU não estou assustada? Olha isso! OLHA BEM ISSO!
-Calma, espera aí.
Aline saiu do banheiro, riu um pouco e cochichou ao pé do ouvido do pai:
-Ela menstruou. Como ela sabe que vai ter que passar por tudo que eu passo, fez esse escândalo.
Cristiano riu, mas logo ficou sério, afinal, as filhas dele já eram mocinhas. Se haviam menstruado, logo arranjariam namorados e se menstruam poderiam engravidar. Não demorou muito para ele se desesperar e ficar dizendo "Oh meu Deus". Aline olhou para o pai e disse:
-Pai, o que aconteceu?
-Já pensou? Daqui a pouco estarão namorando, e casando, e fazendo filhos, e seus filhos menstruarão, e estarão namorando, e...
-Pai, homens não menstruam.
-Mas fazem filhos.
-Pai, deixa eu te explicar um negócio...
-DEIXA PRA DEPOIS, EU TO NECESSITADA AQUI NESSE BANHEIRO!
Aline entrou no banheiro, deu à irmã outra calcinha e um absorvente e Alana saiu cabisbaixa, toda vermelha de vergonha. Cristiano, todo fofo, disse:
-Filhinha, fica em casa hoje. Não precisa ir pra escola assim, fica em casa e de tarde tua irmã vem e te faz companhia. Agora vamos tomar café.
Já no café, ninguém falava nada, até que Aline interrompeu o silêncio e disse:
-Pai, tem que levar ela no ginecologista. Lembra quando você me levou? Agora é a vez da Alana.
Alana engasgou. Cristiano lembrou a primeira vez que levou Aline no ginecologista. Aquilo foi tão estranho.
-Ok, então vamos levá-la. Tudo bem, filha?
-Não. Eu preciso mesmo ir?
-Precisa.
-E tu vai ter que ver a minha...
-Se for necessário, sim.
-Não pai, que vergonha!
-Alana, menos. O que eu mais fiz na minha vida foi ver vocês duas nuas. Vi isso mais vezes do que vi a mão de vocês nua, ou seja, fica tranquila.
-Ah pai, mas a mãe era a tua esposa e quando você viu a gente, nós éramos pequenas.
-Não importa, você vai ir e pronto.
Passaram os dias e lá foram os dois. A ginecologista explicou o que tinha que explicar e depois da consulta foram ao supermercado, onde Aline os esperava para comprar um absorvente para a irmã. Chegando à sessão de absorventes, Cristiano resolveu ver como aquilo funcionava, mas não viu que um garoto se aproximava das garotas:
-Oi meninas.
-Oi Robson.
-Filhas, o que é "absorvente com abas"? Qual é a diferença entre absorvente íntimo e o normal? Ata, já entendi, o íntimo tem que enfiar, né? Acho que a Alana não vai gostar. E esse aqui que diz que tem gel, é gel tipo pomadinha pra não dar assadura?
A Alana e Aline ficaram com uma cara indescritível, vou deixar pra imaginação do leitor. Enfim, elas ficaram constrangidas. O tal de Robson se despediu e elas foram pra cima do pai. Ele não entendia o que elas disseram, já que estavam falando juntas, mas entendeu que elas estavam brigando com ele:
-Tá, meninas, escolham logo isso pra gente ir pra casa. Eu não me meto mais em coisa de mulher.
Eles compraram as coisas no caixa e foram pra casa. Na hora de dormir, Cristiano se despediu das meninas dizendo:
-Boa noite. Amo vocês, minhas mocinhas.
-Também amamos você pai, mas "mocinhas" não, tá?

Um comentário: