Cristiano chegou ao velório às10 horas e o encerramento foi no
cemitério, onde Maria Antonieta, sua esposa, foi cremada. Ele chorava triste,
não apenas por ter perdido o amor de sua vida, mas por ter que criar gêmeas de
apenas dois anos de idade.
Passaram-se
semanas, meses, anos e as menininhas cresceram e já estavam com 11 anos de
idade. Como de costume, ele estava sentado na mesa lendo o seu jornal enquanto
esperava as meninas para o café da manhã, quando de repente escuta um grito de
Alana. Ele saiu correndo abriu a porta do banheiro e perguntou:
-Filha, o que
aconteceu?
-Aah, sai daqui
pai!!
Ela bateu a porta
na cara do pai e aparece Aline, a outra menina e diz:
-Bom dia,
paizinho. Espera aí. Alana, o que aconteceu?
-Entra aqui e você
vai ver!
Aline entrou e
teve um ataque de risos:
-Pra quê tanto
escândalo? O pai ficou assustado, sabia?
-E você acha que
EU não estou assustada? Olha isso! OLHA BEM ISSO!
-Calma, espera aí.
Aline saiu do
banheiro, riu um pouco e cochichou ao pé do ouvido do pai:
-Ela menstruou.
Como ela sabe que vai ter que passar por tudo que eu passo, fez esse escândalo.
Cristiano riu, mas
logo ficou sério, afinal, as filhas dele já eram mocinhas. Se haviam
menstruado, logo arranjariam namorados e se menstruam poderiam engravidar. Não
demorou muito para ele se desesperar e ficar dizendo "Oh meu Deus".
Aline olhou para o pai e disse:
-Pai, o que
aconteceu?
-Já pensou? Daqui
a pouco estarão namorando, e casando, e fazendo filhos, e seus filhos
menstruarão, e estarão namorando, e...
-Pai, homens não
menstruam.
-Mas fazem filhos.
-Pai, deixa eu te
explicar um negócio...
-DEIXA PRA DEPOIS,
EU TO NECESSITADA AQUI NESSE BANHEIRO!
Aline entrou no
banheiro, deu à irmã outra calcinha e um absorvente e Alana saiu cabisbaixa,
toda vermelha de vergonha. Cristiano, todo fofo, disse:
-Filhinha, fica em
casa hoje. Não precisa ir pra escola assim, fica em casa e de tarde tua irmã
vem e te faz companhia. Agora vamos tomar café.
Já no café,
ninguém falava nada, até que Aline interrompeu o silêncio e disse:
-Pai, tem que
levar ela no ginecologista. Lembra quando você me levou? Agora é a vez da
Alana.
Alana engasgou.
Cristiano lembrou a primeira vez que levou Aline no ginecologista. Aquilo foi
tão estranho.
-Ok, então vamos
levá-la. Tudo bem, filha?
-Não. Eu preciso
mesmo ir?
-Precisa.
-E tu vai ter que
ver a minha...
-Se for
necessário, sim.
-Não pai, que
vergonha!
-Alana, menos. O
que eu mais fiz na minha vida foi ver vocês duas nuas. Vi isso mais vezes do
que vi a mão de vocês nua, ou seja, fica tranquila.
-Ah pai, mas a mãe
era a tua esposa e quando você viu a gente, nós éramos pequenas.
-Não importa, você
vai ir e pronto.
Passaram os dias e
lá foram os dois. A ginecologista explicou o que tinha que explicar e depois da
consulta foram ao supermercado, onde Aline os esperava para comprar um
absorvente para a irmã. Chegando à sessão de absorventes, Cristiano resolveu
ver como aquilo funcionava, mas não viu que um garoto se aproximava das
garotas:
-Oi meninas.
-Oi Robson.
-Filhas, o que é
"absorvente com abas"? Qual é a diferença entre absorvente íntimo e o
normal? Ata, já entendi, o íntimo tem que enfiar, né? Acho que a Alana não vai
gostar. E esse aqui que diz que tem gel, é gel tipo pomadinha pra não dar
assadura?
A Alana e Aline
ficaram com uma cara indescritível, vou deixar pra imaginação do leitor. Enfim,
elas ficaram constrangidas. O tal de Robson se despediu e elas foram pra cima
do pai. Ele não entendia o que elas disseram, já que estavam falando juntas,
mas entendeu que elas estavam brigando com ele:
-Tá, meninas,
escolham logo isso pra gente ir pra casa. Eu não me meto mais em coisa de
mulher.
Eles compraram as
coisas no caixa e foram pra casa. Na hora de dormir, Cristiano se despediu das
meninas dizendo:
-Boa noite. Amo
vocês, minhas mocinhas.
-Também amamos
você pai, mas "mocinhas" não, tá?
nao entede nada
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