quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Histórias frustradas de amor: Intensidade que mata


"Na boa, acha alguém da tua laia que é melhor." Foi isso o que o ex namorado da Débora disse pra ela quando viu que um guri no carnaval agarrou ela e obviamente terminou com ela, mas aquela frase dele não saía de sua cabeça. Então pensou em usar aquela frase a favor dela, afinal, ela era gostosa, divertida, sorridente, parceira pras festas e muito mais.
Um dia qualquer ela se arrumou: colocou um vestido preto justo e curto, um salto alto vermelho, passou um batom vermelho, soltou os cabelos longos e lisos e foi à festa. Não se passaram uma hora na balada e vários garotos já estavam na sua volta e ela só fazendo charme esperando o garoto perfeito pra ela e finalmente ele apareceu. O nome dele era Pedro, chegou todo sorridente, ofereceu a ela uma bebida (nem se importou em perguntar a idade, ele pouco ligava se Débora tinha 16 anos, ela era gostosa e fim de papo), conversou com ela, dançou com ela e em pouco tempo os dois estavam aos beijos, e que beijos. Débora não se importava se o garoto passava a mão nela de uma forma até mesmo asquerosa, ela também estava passando a mão nele.
Os dois trocaram telefones e redes sociais e cada um foi pra sua casa. Passaram os dias e os dois se falavam todos os dias, o tempo todo e a coisa foi ficando séria. Eles saíam juntos, "ficavam" e assim ia rolando o relacionamento, até quem um dia ele pediu-a em namoro e ela aceitou na hora. O que foi uma pena.
Os dois eram intensos, gostavam de beijos quentes, iam a festas em que havia muitas drogas e álcool e não demorou muito para terem relações sexuais sem camisinha, ela apenas tomava pílula anticoncepcional. Foi a partir daí que começaram os problemas. Os dois achavam que deveriam formar um casal moderno, ou seja: sexo em grupo, por que não? Drogas? Dão uma sensação boa. Álcool? Deixa tudo mais divertido. Esse era o pensamento deles, só que todas essas coisas juntas influenciam na vida dos dois. Pedro pegou HIV de Débora em mais uma das "diversões em grupo" deles. Os dois estavam viciados em cocaína e se não houvesse bebida em alguma festa, não tinha graça.
Em outubro de 2011, o casal foi internado às pressas no hospital. A última coisa que um disse pro outro foi:
-Eu te amo, mas não quero morrer assim.
-Débi, tem coisa melhor do que morrer junto com a pessoa que a gente mais ama?
-É verdade... É tipo Romeu e Julieta?
-Pode ser amor, mas relaxa, o Boca disse que cocaína não mata.
-Então tá meu lindo, eu te amo.
-Eu te amo minha gostosa.
O que o tal de Boca não avisou é que HIV e cocaína e álcool em excesso matavam sim e foi disso que eles morreram. No dia 10 de novembro Débora morreu e no dia 15 Pedro veio a falecer também.
Ao receberem as biópsias, as duas famílias entraram em conflito. Uma julgava a outra, diziam que o filho ou a filha morreram por influência de outro. Errados. Débora porque queria mostrar para o seu ex-namorado nerd que ela poderia arranjar um garoto muito mais intenso do jeito que ela gostava e Pedro morreu porque queria mostrar aos outros o quão descolado ele era, provando isso com a intensidade do seu relacionamento. O desejo por intensidade matou os dois.

Nenhum comentário:

Postar um comentário