segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Contos sobre Mães: A mãe que criou a filha da assassina


Ela começou a sentir as contrações, Mirella queria nascer. O marido pegou as coisas do bebê, as chaves do carro e saíram em disparada em direção ao hospital. Chegaram e Andressa teve a filha Mirella às 14h53min do dia 20 de agosto de 2005. Logo após o nascimento, a nova mamãe foi levada para o quarto e o bebê para a incubadora, já que a pequena nasceu de um parto prematuro.
João Carlos, pai da menina fez as ligações anunciando o nascimento de sua terceira filha (a primeira era fruto do casamento com sua ex-mulher a segunda de uma "pulada de cerca" do homem). Ele ligava pessoas, enfermeiros, médicos passavam até que passa uma pessoa que o fez ficar incomodado. A enfermeira para e pergunta:
-Oh, nasceu a sua terceira filha Senhor Carlos?
-Maria, para de provocação! Já falei que não é pra gente ficar se cruzando por aí. Eu to pagando a pensão da Bruna, não me irrita!
-Nossa, que deselegância. É um dia feliz, pra que tanto estresse? Mas que pena que ela está na incubadora, né? A Bru não nasceu saudável. Olha, é coisa da família da tua mulherzinha.
A enfermeira é ex-amante de João. A relação deles aconteceu quando a sogra dele estava internada no hospital e, nas madrugadas, ele era o responsável de ficar com a senhora, mas em vez disso, se encontrava com a enfermeira Maria no banheiro do quarto da senhora, o que acabou fazendo Maria engravidar.
Maria era ciumenta, não suportava saber que não tinha o homem que tanto amava casado com outra. Mais ainda, odiava saber que a filha dela não era reconhecida legalmente, mesmo João Carlos pagando a pensão. Para Maria, não era suficiente, ela não suportava saber que o homem desistira dela e se dedicara totalmente à esposa. Ela queria vingança.
Ao ser mandada por João Carlos, ela seguiu caminho ao local onde ficavam as incubadoras. Ela olhou bem, cuidou para ver ser não havia ninguém na sala e agiu. Ela pegou Mirella no colo e a levou para o berçário do hospital, como se ela fosse um bebê comum. Não demorou muito para a recém-nascida vir a falecer. Então, Maria seguiu o seu caminho e João Carlos pediu a outra enfermeira que o levasse até a UTI neonatal para ver a sua filha de longe. Ao chegar lá, teve uma surpresa: ela não estava lá e ele falou isto à enfermeira. Ela entrou e conferiu: o berço da menininha estava vazio. Em pouco tempo, os seguranças do hospital foram conferir as câmeras de segurança. Lá estava Maria carregando a pequena  Mirella para o berçário. Ao chegar lá, ela estava morta.
A polícia foi chamada e começaram a procurar pela enfermeira. João Carlos não se importou, foi ao quarto da esposa, que esperava ansiosamente por notícias da filha, para contá-la o ocorrido:
-Como está a Mirella, amor? Ela está bem?
-Amor, eu preciso que você me escute. É muito triste dizer isso. É que a Mirella não resistiu...
-COMO ASSIM ELA NÃO RESISTIU??? O médico disse que ela ficaria bem logo!!!!
-Ela estava bem, mas... Amor, lembra da Maria?
-Maria? Aquela tua ex-amante? Sim, infelizmente eu me lembro dela. Mas o que ela tem com isso?
-Ela é enfermeira daqui. Ela pegou a nossa filha e tirou ela da UTI. Por isso a Mirella não resistiu.
O choro daquela mãe era desesperado. Nos pensamentos dela só havia a filha. Ela imaginava a sua pequena crescendo, se tornando uma mulher e futuramente sendo mãe também.
Os pensamentos dela foram interrompidos pelos gritos da enfermeira assassina sendo presa.
Logo, uma ideia talvez sem sentido, mas que aquela mãe queria muito passou pela sua cabeça:
-Amor, como vai ficar a Bruna?
-Ah, é verdade, a Bruna... Meu Deus, eu não sei!
-Traz ela pra morar com a gente. Eu crio ela como se fosse minha filha. Ela não tem culpa. Ela não deve pagar pelos teus erros e pelos erros da mãe dela.
João Carlos, perplexo, só disse que se era isso que ela queria, era isso que seria feito.
O tempo passou, a Bruna cresceu chamando a madrasta de mãe. Maria, quando saiu da prisão e soube que a filha estava sendo criada pela sua "inimiga" entrou em depressão e, por falta de alimentação, higiene e cuidados com a saúde veio a falecer.
A família hoje é feliz. Eles não se esqueceram de tudo o que passaram, mas se adaptaram a sua história.

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