Melissa, como de costume, voltou da escola, ligou o computador,
logou no Facebook e começou a ver o que havia de novidade. Viu que uma pessoa
desconhecida a enviou uma solicitação de amizade. Era um tal de Gustavo e antes
de adicioná-lo ela foi olhar o perfil do garoto. Bonito ele era, aparentemente
tinha 14 anos, a mesma idade dela e era gaúcho também. Ela se perguntou como
ele a conhecia, mas se lembrou que, por ser uma dançarina de um CTG e por rodar
o Rio Grande inteiro nos concursos ele poderia ter a visto e a adicionado.
Fazia sentido e ela poderia adicioná-lo sem problemas.
Uns dois dias
depois o tal Gustavo entra e chama Melissa pra conversar. Ele era maravilhoso,
fofo, atencioso, querido, divertido, um príncipe.
Os dois logos
viraram grandes amigos. Ele era de Santa Maria, ela de Porto Alegre, os dois
tinham 14 anos e suas características em comum faziam com que Mel (apelido dado
por Gustavo) ficasse cada vez mais encantada pelo garoto. Não demorou muito
para um saber o suficiente da vida do outro o que foi um bom motivo para
Gustavo pedi-la em namoro.
Passaram-se dois
anos conversando pela internet e um ano e meio de namoro. Melissa,
completamente apaixonada, não via problemas em contar tudo sobre a sua vida
para o namorado, afinal, ele era o seu namorado e deveria saber absolutamente
tudo sobre a garota, como, por exemplo, saber que o pai dela era um banqueiro,
sua mãe uma promotora de festas, sua irmã uma estudante de moda. Morava no
Bairro Ipanema, estudava em um colégio particular e assim por diante. Ela
aparentemente também sabia tudo sobre ele.
Um dia, Gustavo
deu uma notícia que deixou Melissa totalmente empolgada:
-Amor, eu vou dar
uma passadinha aí em Porto. Meu pai quer resolver umas coisas aí.
-JURA??? E tu vai
vir me vir?
-Se tu quiser,
claro que vou. A gente podia se encontrar naquele parque grande e famoso, como
é o nome?
-A Redenção?
-Essa mesmo. O que
tu acha?
-Acho uma ótima
ideia. To ansiosa agora hihi
Finalmente o dia
1º de agosto chegou. Estava aquele friozinho gostoso e Melissa aproveitou para
colocar uma roupa elegante para ir ver o amado. Disse para a mãe que sairia com
as amigas para um piquenique na redenção e que voltaria lá pelas17 horas.
E lá foi ela.
Ficou bem no local indicado, bem na entrada do parque. Ela estava parada
esperando, quando uma voz interrompeu seus sonhos com Gustavo:
-Melissa?
Ela abriu um
sorriso e pensou: é ele. Enquanto se virava disse "eu". Mas quando
mirou o rosto daquele homem percebeu que não era Gustavo. O homem logo a
agarrou e do nada apareceram homens que ajudaram a leva-la para o carro.
Levaram-na para um
local que ela mal conhecia. Pegaram o seu celular e discaram o número da
família da garota. Os bandidos deram informações que confirmariam o sequestro,
falando a roupa que vestia, sua idade, escola que estudava, o endereço, tudo.
Depois de uma longe conversa chegaram a uma conclusão: caso pagassem um milhão
para os bandidos entregariam a garota. Mas não combinaram que ela seria
entregue viva.
E assim foi feito.
Zombaram da inocência de Melissa, falaram que não existia Gustavo nenhum e que
fariam o que fizeram com ela com outras várias garotas. Ela, em desespero
gritava por ajuda. Cansados de tanta gritaria e desespero, o chefe dos homens
disse:
-Cansei dela. Pode
matar.
Bastaram dois
tiros na cabeça e três no coração para que ela morresse. Conforme o combinado,
o pai de Melissa deveria entregar o dinheiro para um motociclista que esperava
na frente do Parque da Redenção. Entregue o dinheiro, o motociclista olhou se
estava tudo certo e ligou para os demais bandidos. O receptor do dinheiro
ordenou que o pai dela esperasse a garota no outro lado da rua e assim foi
feito.
Apareceram então
dois homens carregando a garota com o rosto coberto. Largaram-na no chão e saíram
correndo. O pai correu em direção a filha, ao tirar o pano que cobria seu rosto
viu-o todo ensanguentado e percebeu que sua roupa também estava assim. Ela
estava morta. Mal sabia ele que quem matou a sua filha foi o amado dela. Mas
quem era esse amado?
Nenhum comentário:
Postar um comentário