quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Histórias frustradas de amor: Amor de internet


Melissa, como de costume, voltou da escola, ligou o computador, logou no Facebook e começou a ver o que havia de novidade. Viu que uma pessoa desconhecida a enviou uma solicitação de amizade. Era um tal de Gustavo e antes de adicioná-lo ela foi olhar o perfil do garoto. Bonito ele era, aparentemente tinha 14 anos, a mesma idade dela e era gaúcho também. Ela se perguntou como ele a conhecia, mas se lembrou que, por ser uma dançarina de um CTG e por rodar o Rio Grande inteiro nos concursos ele poderia ter a visto e a adicionado. Fazia sentido e ela poderia adicioná-lo sem problemas.
Uns dois dias depois o tal Gustavo entra e chama Melissa pra conversar. Ele era maravilhoso, fofo, atencioso, querido, divertido, um príncipe.
Os dois logos viraram grandes amigos. Ele era de Santa Maria, ela de Porto Alegre, os dois tinham 14 anos e suas características em comum faziam com que Mel (apelido dado por Gustavo) ficasse cada vez mais encantada pelo garoto. Não demorou muito para um saber o suficiente da vida do outro o que foi um bom motivo para Gustavo pedi-la em namoro.
Passaram-se dois anos conversando pela internet e um ano e meio de namoro. Melissa, completamente apaixonada, não via problemas em contar tudo sobre a sua vida para o namorado, afinal, ele era o seu namorado e deveria saber absolutamente tudo sobre a garota, como, por exemplo, saber que o pai dela era um banqueiro, sua mãe uma promotora de festas, sua irmã uma estudante de moda. Morava no Bairro Ipanema, estudava em um colégio particular e assim por diante. Ela aparentemente também sabia tudo sobre ele.
Um dia, Gustavo deu uma notícia que deixou Melissa totalmente empolgada:
-Amor, eu vou dar uma passadinha aí em Porto. Meu pai quer resolver umas coisas aí.
-JURA??? E tu vai vir me vir?
-Se tu quiser, claro que vou. A gente podia se encontrar naquele parque grande e famoso, como é o nome?
-A Redenção?
-Essa mesmo. O que tu acha?
-Acho uma ótima ideia. To ansiosa agora hihi
Finalmente o dia 1º de agosto chegou. Estava aquele friozinho gostoso e Melissa aproveitou para colocar uma roupa elegante para ir ver o amado. Disse para a mãe que sairia com as amigas para um piquenique na redenção e que voltaria lá pelas17 horas.
E lá foi ela. Ficou bem no local indicado, bem na entrada do parque. Ela estava parada esperando, quando uma voz interrompeu seus sonhos com Gustavo:
-Melissa?
Ela abriu um sorriso e pensou: é ele. Enquanto se virava disse "eu". Mas quando mirou o rosto daquele homem percebeu que não era Gustavo. O homem logo a agarrou e do nada apareceram homens que ajudaram a leva-la para o carro.
Levaram-na para um local que ela mal conhecia. Pegaram o seu celular e discaram o número da família da garota. Os bandidos deram informações que confirmariam o sequestro, falando a roupa que vestia, sua idade, escola que estudava, o endereço, tudo. Depois de uma longe conversa chegaram a uma conclusão: caso pagassem um milhão para os bandidos entregariam a garota. Mas não combinaram que ela seria entregue viva.
E assim foi feito. Zombaram da inocência de Melissa, falaram que não existia Gustavo nenhum e que fariam o que fizeram com ela com outras várias garotas. Ela, em desespero gritava por ajuda. Cansados de tanta gritaria e desespero, o chefe dos homens disse:
-Cansei dela. Pode matar.
Bastaram dois tiros na cabeça e três no coração para que ela morresse. Conforme o combinado, o pai de Melissa deveria entregar o dinheiro para um motociclista que esperava na frente do Parque da Redenção. Entregue o dinheiro, o motociclista olhou se estava tudo certo e ligou para os demais bandidos. O receptor do dinheiro ordenou que o pai dela esperasse a garota no outro lado da rua e assim foi feito.
Apareceram então dois homens carregando a garota com o rosto coberto. Largaram-na no chão e saíram correndo. O pai correu em direção a filha, ao tirar o pano que cobria seu rosto viu-o todo ensanguentado e percebeu que sua roupa também estava assim. Ela estava morta. Mal sabia ele que quem matou a sua filha foi o amado dela. Mas quem era esse amado?

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