sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Pós 21/12/12

Bom, eu não aguento e tenho que falar um pouco sobre o suposto "fim do mundo no dia 21/12/12". Eu postei acho que umas duas vezes aquele trecho da Bíblia que é deixado bem claro que apenas Deus saberá quando ocorrerá o fim do mundo. Confesso que me irritei muitas vezes quando traziam à tona este bendito assunto.
Isto parece fazer parte do ser humano: querer prever coisas imprevisíveis, quer dizer, tudo bem, acredite no que quiser, tenha fé no que optar, porém eu deixo a pergunta: será que você tem bons motivos para acreditar no que acredita? Eu acredito em Deus, porque acho que muitas coisas que aconteceram na minha vida e na vida de meus familiares só pode ter sido um milagre. Eu aqui tive um fundamento. Agora pergunto àqueles que acreditavam no fim do mundo: qual foi o fundamento de tal teoria? Até agora que usei como argumentos o fato de eu não acreditar nisso a Palavra de Deus, que está expressa na Bíblia. A quem não acredita no Livro Sagrado, fazer o que? Eu acredito e usei isto como argumento, mas até hoje ninguém que acreditava no fim do mundo me disse concretamente o por quê de tal teoria.
Se você que está lendo isso um dia acreditou no 21/12/12 desculpe as piadas, os xingamentos e etc. mas olhe em volta, o mundo não acabou...
"Mas ninguém sabe nem o dia nem a hora em que tudo isso vai acontecer, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai."
Será que este pequeno trecho, que fala tanto mas parece que poucos entendem, não se aplica ao fim do mundo na virada do ano de 2000? E ao 06/06/06?
O problema do ser humano é que ele perde tempo pensando em coisas que realmente não se podem definir e não pensa que o mundo está acabando agora, estava acabando em 2000, no 06/06/06, estará acabando amanhã, pois nós, pessoas, estamos acabando com ele. O mundo pode acabar agora, dia 22 de dezembro de 2012 porque Deus quis, porque Ele talvez pensou que o ser humano não tem mais salvação e que é hora de reconstruir tudo. Ou talvez o mundo acabe daqui a milhões, bilhões de anos, porque Deus quis. Talvez Ele pense que o ser humano merece uma nova chance.
Então meus caros, pensem, não dói e é de graça.
Brenda Wetter Ipê da Silva - 22/12/12 - 00:50
Se copiar, favor colocar os créditos.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Coração X Cérebro


Ela andava tranquilamente pela rua, quando, do nada, o coração começou a bater extremamente rápido. O restante dor corpo se agitou, estavam todos alertas. O cérebro, indignado, pergunta:
- Coração, por que bates assim tão forte?
O coração responde:
- Pergunta para os olhos, ué.
- Olhos, o que vocês viram que fizeram o coração ficar assim?
Os olhos respondem:
- É aquele... Aquele garoto!
O coração disse:
-Ai meu Deus! Cabelo se ajeite, por favor. A senhora coluna poderia ficar reta? E lábios, fiquem bonitos...
As ordens continuaram e o cérebro, indignado disse:
- Ei, parem com isso! Ele não merece! Coração, ela vai se magoar de novo!
O coração irritado responde:
- Não, não vai. Esse garoto é diferente. Agora fique quieto e faça o seu trabalho! Ah, mande os pulmões se acalmarem, a respiração dela está difícil.
- Não há como eu mandar que façam isso, seus batimentos estão muito acelerados.
- Então me acalme, oras!
O cérebro se irritou, mas tomou uma atitude: fez com que a boca contasse tudo para outra amiga, que disse tudo o que o cérebro pensava. Mas o coração era teimoso, não queria ouvir e fazia de tudo para que o cérebro não o vencesse. Para isso, ele deixou com que os olhos enxergassem, mas que ficassem cegos ao verem a situação. Fez com que os ouvidos fossem tapados, mas deixou a boca continuar falando.
O coração era ruim, acabou fazendo com que da boca daquela moça só saísse a frase “sim, amor” e quando o cérebro percebeu, estava recebendo informações de “eu te amo” o tempo todo e logo se viu fazendo movimentos... Movimentos do tipo, tirar a roupa. O cérebro recebeu informações de um garoto nu e a sua menina nua também. O cérebro viu os dois em uma cama, e dentro do corpo, percebeu os hormônios loucos e o coração completamente cego de amor.
Triste, o coração desistiu e foi conversar com os neurônios:
- Somos fracos? – Perguntou o cérebro
-Não meu caro, o coração é, e vai ficar ainda pior quando acontecer o que nossas informações já processaram.
O coração estava nas nuvens, quando de repente percebe que os olhos mostraram a imagem de uma nova mensagem no celular da moça, que era do seu amor. Nela dizia:
“Desculpe, você não é o que eu esperava, foi bom o que passamos, mas estou terminando. Adeus”.
Esta simples mensagem fez o coração enlouquecer. Ele gritava com todo o restante do corpo:
- Olhos chorem! Cabelos se baguncem! Boca grite! Braços fiquem agoniados! Pernas caminhem de um lado ao outro! Cérebro fique confuso!
Todos obedeceram, exceto o cérebro. Ele disse:
- Confuso? Eu? Eu e os neurônios trabalhamos dia e noite para fazer com que você visse quem era aquele garoto de verdade. Tentamos várias vezes te mostrar a voz da amiga avisando o quanto a nossa menina sofreria. Por que não nos escuta? E o pior é que ela está mal e...
O sermão do cérebro continuou, porém o cérebro, muito esperto, enquanto brigava com o coração, mandou as pernas se levantarem e irem até perto do celular da moça, para que os braços o alcançassem e os dedos discassem o número de sua melhor amiga. Ela ligou e a amiga brigou com ela, mas depois a consolou. O coração se aconchegou e o cérebro comemorou, afinal, ele quem dava as ordens a partir daquele momento.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Que país é esse? Educação


Estamos em uma fase em que temos falar o que pensamos para melhorarmos (ou pelo menos tentarmos melhorar) e é isso que eu vou fazer.
Como todos sabem, estamos em crise em relação à educação brasileira. É horrível saber o quanto estamos atrasados por falta de educação. Todos sabem que a economia brasileira cresce de forma que realmente nos assusta, afinal, o crescimento é enorme. Tudo bem, o crescimento é grande, mas já parou pra pensar o quanto ele seria ainda maior caso tivéssemos uma educação decente?
Não me entendam mal. Educação decente é aquela em que alunos de escolas públicas não precisem de cotas para poder entrar em uma universidade. Não estou me colocando contra ou favor de cotas, afinal, confesso não ter lido muito sobre isso, mas o que quero dizer é que chegamos a um nível absurdo. Sou gaúcha e, como os gaúchos sabem, a universidade mais procurada do Rio Grande do Sul é a UFRGS, a qual tinha como objetivo permitir que as pessoas de baixa renda pudessem cursar uma faculdade. Eu disse que ERA o objetivo. Hoje em dia temos pessoas ditas “ricas” dentro desta universidade, afinal, apenas os inteligentes passam nessa prova. Errado. Quem passa no vestibular desta universidade são aqueles que tiveram um preparo maior e melhor, no caso, alunos que estudaram em escolas suficientemente boas, ou seja, escolas particulares. Sim, há escolas públicas boas ou alunos inteligentes, mas é injusto saber daquela maioria que deveria ter direitos iguais, mas não têm.
O que me deixa chateada é que eu sou apenas uma patricinha mimada que sonha em um dia este texto ser divulgado. Sou uma princesinha, filhinha de papai que estuda em um colégio de rico. É assim que me chamam. Pois bem, sou tão patricinha que estou denunciando algo que eu poderia simplesmente nem ligar, pois eu tenho condições de fazer cursos e etc. ao contrário de muitos jovens que não têm a metade de coisas que eu tenho. A “riquinha” está defendendo os “pobretões”. Linda essa sociedade. Fica perdendo tempo rotulando as pessoas e não se preocupa em melhorar algo que está bem errado. Tem tantos jovens “pobretões” que têm uma mente brilhante, mas desistem de reclamar, de fazer barulho, de exigir os seus direitos porque outra parte que simplesmente quer ficar rotulando não quer ajudar a reclamar por algo que deveria ter, mas não tem porque não corre atrás.
Infelizmente só professor fazer greve não basta, porque além do absurdo que é o salário do professor, ainda há problema de escola caindo aos pedaços, aluno pichando paredes e não podendo ser punido por que é “antiético”, livros que já foram usados por outros jovens, materiais escolares de pouca qualidade e outros vários problemas que não conheço, graças a Deus.
Perdoe-me, caro leitor, esqueci que vivemos no Brasil. Lembro-me como se fosse ontem de uma menina que resolveu tirar fotos dos problemas nas instalações da escola onde estudava e como eram as aulas. A garota postava as fotos e vídeos em uma rede social, mas os colegas zombavam dela. O problema foi resolvido e de uma hora pra outra ela virou heroína. Talvez isso aconteça comigo, mas eu não ligo, vivo em uma sociedade covarde e, quando alguém toma uma atitude, é tachado como “idiota”, fazer o quê?
Quero terminar este texto dando um recado àqueles que não querem mais uma educação assim: vão em frente, façam textos, movimentações na internet, protestos, façam projetos com seus professores, mostram que vocês são os cidadãos do futuro e que querem um Brasil diferente. E a vocês, que gostam tanto de dizer que não se importam, que dizem não querer saber de escola, e mais outras várias baboseiras, só tenho uma coisa a dizer: nos vemos no futuro. Aquele que lutou para ser alguém será o seu chefe, tudo porque achou que uma educação digna não faria diferença. Educação faz sim a diferença, e o povo brasileiro precisa entender isso. Chega de mulheres exibindo o corpo e homens só pensando no corpo delas, queremos pessoas inteligentes, que mudem e façam com que o Brasil se torne uma potência mundial. Isso é possível se tivermos uma EDUCAÇÃO DE QUALIDADE.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Realidade e sociedade: Desabafo


Confesso que fiquei bastante surpresa com certas coisas que andaram acontecendo ultimamente. Este é o primeiro texto que vou falar um pouco de mim e da minha visão sobre o que está acontecendo à minha volta.
 Desde a 6ª série, confesso que menti um pouco sobre algo que nunca tinha acontecido comigo: a tal coisa que se chama “ficar”. Eu disse que tinha ficado com um garoto, mas não, não fiquei. Minha mãe sempre foi muito objetiva e, quando eu ia a alguma festa, saía com os amigos e etc. ela deixava bem claro que não queria saber de eu “ficando” com ninguém. Eu cresci tendo o conhecimento da frase “Manda quem pode, obedece quem tem juízo” Então eu sempre a obedeci. O tempo passou e eu sempre respeitei as ordens dela, até chegar à idade que tenho hoje, 13 anos. Sim, perdi o “bv” com 13 anos. Velha pra minha idade, talvez. Ok, eu assumo, é tarde. Pelo menos pelos dias de hoje, é tarde.
Eu realmente não entendia aquelas garotas que diziam que estavam necessitadas de beijo e que queriam um namorado, isso com uns 11 ou 12 anos. Hoje em dia as frases mudaram: elas se gabam porque bebem muito, porque vão em festas, e que, popularmente falando, “dão” pro namorado aos 13 anos de idade. Não estou descriminando aquelas que acham estarem prontas assim, tão novas. Respeito, se elas acham que é o certo e que a família não veria problema, vá fundo. Não vejo problemas nisso, não vejo problema mesmo. O problema está na pressão. Lá no inicio eu comentei que menti não ser mais “bv” aos 11 anos e isso porque eu era motivo de piada. Sim, se você é “bv” aos 11 anos, você é a piada da turma. Quer dizer então que se eu optasse em, por exemplo, me casar virgem, seria mais uma vez motivo de piada?
Eu realmente não entendo a sociedade. Se você aos 11 anos já está indo em festas e está “ficando” com vários você é (desculpe o vocabulário) puta. Se você beija pela primeira vez aos 13 anos é santinha ou atrasada. Não entendo também a frase escutei desde a 5ª série: “Os garotos querem tirar a virgindade de todas, mas querem casar com uma virgem”. Como assim? Se há resposta pra isso, não quero saber. Provavelmente já uma justificativa bastante ridícula pra me fazer ficar ainda mais brava.
Alguns me chamarão de machista, mas confesso estar realmente brava com as mulheres de hoje em dia. Minha mãe e minha avó contam histórias de homens e suas atitudes e realmente não se diferem dos dias de hoje, mas elas contam das atitudes das mulheres para fazer com que aquele garoto a respeitassem e é então que eu vejo a mudança de tempos. Tempos em que a garota aceitar ter relações com o garoto sem camisinha porque ele diz que é melhor se não usarem. Tempos em que vemos garotas postando em redes sócias a sua vida, dizendo que o namorado terminou e etc. Vivemos em um tempo que a garota conhece um garoto “fofo” e se apaixona, mas esquece de perceber que ele está sendo fofo com outras várias garotas.
Desculpe. É que estou um pouco irritada. Eu estou percebendo as coisas e as pessoas me tacham como “fria”, “durona” e até mesmo “insensível”. Talvez eu seja mesmo. Mas talvez eu seja uma pessoa realista e revoltada com o mundo e como eu não gosto de briga, fiz esse texto. Quem se identificar, legal. Que não se identificar, fazer o quê? Quem não leu pelo tamanho do texto, que pena. Às vezes é bom ler coisas pra fazermos críticas, mas de preferência, críticas inteligentes, por favor. A princípio é isso.
                                                                                                                                         - Brenda Wetter

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Realidade e sociedade: Duas grávidas em uma só


-Meninas! Estão sabendo?
-Sabendo o que?
-A Elisa tá grávida!
-A Elisa? Não creio! Nossa, jurei que ela não era dessas.
-Eu também pensei isso, mas quando eu ouvi ela e a Clara conversando vi que ela é uma vadia.
-O que elas falaram?
-Eu só ouvi um pouco... Ela disse assim: "O problema é que meu filho não vai ter pai." aí a Clara disse: "Ah é verdade né? Você não sabe quem é e nem tem como saber." aí a Elisa disse: "Não..." aí ela começou a chorar e eu saí.
-Ai meu Deus! Então ela é uma vadia mesmo.
-Com certeza. Aposto que ela fez esse filho quando estava numa festa, completamente bêbada e deu pra um qualquer.
-Gente, para tudo! Foi assim que a Márcia ficou grávida, lembram?
-Verdade... Ai credo, nessa cidade só tem vadia.
-Tá, mas olha só, eu contei pra vocês, mas vocês não podem contar pra ninguém, tá?
-Claro amiga, segredo!
Uma semana depois a cidade toda estava sabendo que Elisa estava grávida, que havia bebido muito numa festa e que o pai era um qualquer desconhecido.
Quando a história chegou aos ouvidos de Elisa, ela chorou e sofreu, afinal, a história não foi bem assim. Aqui está a conversa toda de Elisa e a amiga Clara:
-Clara... Eu to grávida. (choro) Aquele infeliz que me estuprou me engravidou mesmo...
-Amiga, você foi estuprada, tem direito a abortar.
-Não quero, não vou tirar meu filho de mim, não mesmo.
-Tudo bem, minha flor. Já contou pro seus pais?
-Já.
-E eles?
-Graças a Deus entenderam e aceitaram a minha decisão. O problema é que meu filho não vai ter pai.
-Ah é verdade né? Você não sabe quem é e nem tem como saber.
-Não... (choro desesperado)
-Amiga, calma, eu to aqui, tá? Se você precisar, já sabe, conta comigo. Agora deixa eu te levar pra casa.
Bom, deu pra entender que a nossa sociedade não confunde as coisas, mas sim, cria histórias que deem mais ibope. Quer um exemplo? Chamar a garota de coitada por ter sido estuprada não é tão legal quanto citar uma lista de xingamentos por ela ter engravidado de alguém.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Realidade e sociedade: Os "por que" da santinha

Era festa de 15 anos da Bruna, todo o pessoal do colégio estava lá. Os convidados foram chegando e depois de um tempo, Luciana chegou e se sentou ao lado das amigas. Luciana era alta, tinha lindas pernas, uma cintura fina, era negra de olhos verdes. Os cachos em seus cabelos dançavam quando ela caminhava, seu sorriso era lindo e sua boca grossa fazia daquela garota de 14 anos uma menina especial.
Por mais que fosse uma menina adorável, doce, simpática, divertida e outras várias características,  ela era motivo de piada entre os seus "amigos". Eles não acreditavam que uma garota daquelas era virgem e nunca arranjara um namorado. Ela teve seus "rolos", mas nunca namorou. Luciana deixava todos boquiabertos quando negava bebidas alcoólicas nas festas, mas eles não entendiam que ela simplesmente não precisava de álcool para ficar descontraída e divertida.
Luciana era inteligente, mas vivia se questionando de muitas coisas, como por exemplo, o porquê ela, que não fazia nada era a "santinha" da turma e aquela garota que fazia o que entre o grupo era "divertido" é chamada de vadia. Por que, para que uma cidade inteira lembre o seu nome você tem que beijar todos os garotos desta cidade? Por que os garotos querem namorar uma virgem, mas antes de namorar tiram a virgindade de várias? Engraçado isso, porque em uma das várias conversas que tinha com a mãe, descobriu que a mãe também fazia estas perguntas e até hoje não encontrou a resposta e se encontrou, preferiu não comentar porque não se orgulhou da resposta.
Luciana pensou nisso quando viu vários garotos virando duas garrafas de cerveja sendo que mal a festa havia começado. Coitados, eles precisavam daquilo para tomar coragem e paquerar alguma garota linda que eles não tinham coragem de falar na escola, por exemplo. Por que a bebida era uma brincadeira entre eles de quem bebia mais? Suas dúvidas foram interrompidas pela frase da amiga:
-Lu, aquele garoto tá de olho em você. Se eu não me engano, ele é primo da Bru. Ele é gato.
-Não sei se hoje eu estou com vontade de ficar com alguém. Acho que só quero me acabar dançando.
-Pode parar. A sua boca já está com teia de aranha de tanto tempo que você não fica com alguém.
-Por que eu preciso ficar com ele?
-Porque você tem que aproveitar a vida.
-Se ele tiver um papo legal, talvez role. Tá bom assim?
-Ótimo.
Luciana observou atentamente o garoto. Na frente dele só havia uma latinha de Coca-Cola e nenhuma cerveja. Era possível perceber que os amigos o ofereciam bebida, mas ele negava. Na hora em que a balada começou, ele se aproximou, os dois conversaram. Sim, ele tinha um papo legal e os dois "ficaram". Trocaram números de celular, um deu o msn pro outro e quando chegaram em casa se adicionaram no facebook.
Os dois tinham coisas em comum e ele a entendia e ela entendia. Ele era ciumento, afinal, era bastante chato ver que os outros olhavam para a namorada dele.
Luciana e o namorado tiveram a primeira relação sexual, então ela deixou de ser a "santinha", só que nem todos sabiam disto, afinal,  ela não queria fazer parte das garotas que precisavam assumir não serem mais virgens para serem populares. Luciana não queria fazer parte daquela, como diz o meu ídolo Felipe Neto, "Cultura da bunda". Aquela em que a garota que mais dá a bunda mais "popular" fica, e Luciana não queria fazer isso. Sabe aquela coisa do "se respeitar"? Então, ela tinha disso e acreditava nisso.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Realidade e sociedade: O gelo que não quebrou


Cheguei em casa toda machucada. Eu apanhei hoje. Mamãe se assustou quando me viu, mas eu estava tranquila, afinal, apanhei por causa de um garoto, pois, como todo mundo sabe, hoje em dia é mania de mulher resolver tudo no soco. Eu apanhei por justamente não querer resolver as coisas assim, eu resolvi na base dos tão famosos argumentos.
Mal sabia a coitada que chamou suas leais amiguinhas, que pouco me atingia um soco no rosto ou um chute na barriga. Não. O que me atinge é a minha moral e, graças a isso, aprendi a ser uma pessoa até mesmo fria. Não falo dos meus sentimentos, ao ver dos outros eu estou sempre bem. Nada me faz mal, estou sempre bem.
Eu não sinto cólica, mas não costumo pedir ao professor para ir pra casa, ao contrário de muitas garotas. Sim, eu amo também, mas não demonstro, pois não quero ninguém opinando nos meus sentimentos e atitudes. Só que dessa vez eu cometi um erro, eu me apaixonei e deixei que apenas uma, uma pessoa percebesse. Eu fracassei e, o tal do "amor da minha vida" tinha uma ex e ela resolveu vir pra cima de mim e vou dizer por que: porque aquele garoto queria uma garota forte, que não fosse uma qualquer e, a ex querida, se revoltou.
Adoro essa nossa cultura, em que o mais forte é aquele que tem a capacidade de bater, de impor "respeito" por meio da violência física. Pena que estes que usam isto para promoverem sua imagem são os burros e lesados. Aquela garota que me bateu simplesmente não pensou que, depois que a história se espalhasse, seria realmente fácil me fazer de coitadinha. Estas pessoas são tão burros, que idolatram as novelas e nem reparam que os vilões só precisam da violência física na hora em que for necessário acabar com a vida da vítima.
Só posso concluir que, estes roxos no meu corpo sumirão, mas a minha frieza e meu sangue frio não. E que venham os agressores, pois eu tenho uma armadura de gelo e apenas Deus tem a capacidade que quebrá-lo. Se você não é Deus, sinto muito. A garota fria ainda está aqui, com corpo roxo e inchado e sangue frio.

domingo, 14 de outubro de 2012

Contos de pais: A filha que matou o pai


Larissa recém havia saído de um sofrido relacionamento, em que as mentiras do ex a machucaram tanto a ponto de fazê-la chorar, mas ela tinha um grande amigo que estava ali, sempre à disposição para ajudá-la: seu pai André. Ele sempre foi muito parceiro e dizia a ela para esperar, pois ainda iria vir um garoto que realmente a fizesse feliz, mas André se esqueceu de dizer até quando duraria a tal felicidade trazida por este garoto tão esperado por ela.
Leonardo era loiro, alto, bonito, olhos azuis impecáveis, mas aqueles olhos eram perigosos, pois estes a fariam sofrer. Larissa começou a conversar com Leonardo e não demorou muito para os dois trocarem olhares, e depois beijos e, finalmente, um relacionamento sério. Quando contou sobre o namoro para o pai, Larissa se admirou com a reação dele, pois André não se sentia seguro com a situação, afinal, tudo foi tão rápido, mas continuou apenas ouvindo o que a filha tinha a dizer.
André assumia que talvez a preocupação fosse um trauma em relação ao seu passado com a ex-mulher. Ela prometia ser eternamente dele, que queria ter filhos com ele e outras várias promessas que o deixaram completamente apaixonado, a ponto de nem perceber que estava sendo traído e, em uma dessas traições, a mãe de Larissa engravidou e deixou a menininha a ser criada por André e fugiu, mas Larissa não sabia que não era filha biológica dele.
O tempo passou, Larissa se entristecia com as atitudes do namorado, pois ele exigia tempo integral a ele, mas não dedicava todo o seu tempo a ela. Ele dava sinais de traição, mas ela não via. Ela se afastou das amigas para satisfazer o amado, mas tudo passou dos limites quando ela se afastou de seu pai.
André estava preocupado, pois ele entendia o que estava acontecendo, afinal, ele era um homem e sabia como realmente funciona a mente masculina e entendeu que havia muitas coisas erradas naquele relacionamento e alertava a filha diariamente. Irritado com a situação, Leonardo resolveu botar pressão, dizendo a Larissa que era um absurdo ela ouvir os "absurdos" que o pai dizia a ela e que ela deveria ir embora com ele, e assim foi feito.
Larissa deixou uma carta dizendo que havia ido embora com Leonardo e pediu para que o pai não a procurasse mais e que a esquecesse. André entrou em desespero e esqueceu-se do seu problema de coração e teve um infarto e, por falta de socorro morreu no quarto da filha. No outro dia, a empregada encontrou André morto e velório aconteceu e o sócio de sua empresa abriu um inventário e Larissa foi chamada para receber a herança. Quando soube do motivo da morte do pai, ela entrou em depressão, afinal, fez o pai sofrer um infarto por causa de um garoto que a fazia sofrer, batia nela, insultava-a. Como podia ela, que tinha um pai maravilhoso trocá-lo por aquilo? Mas era tarde. Seu pai já estava morto, e parte dela também.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Contos de pais: Meu filho que perdeu a mãe pras drogas


Meu nome é Fábio. Eu me casei cedo, eu tinha apenas 16 anos. Minha esposa se chama Lisa e já faz anos que não sei o que aconteceu com ela. Meu filho Pedro tem 25 anos, é formado e é um ótimo médico. Mas não foi bem assim no começo...
Em 1987 o Pedro nasceu. Antes de ele nascer, a mãe dele já não se importava muito com o nosso casamento, mas eu imaginei que se tivéssemos um filho tudo mudaria, mas não mudou, só piorou. No dia que o Pedro nasceu, eu entrei com ele no quarto da Lisa pra ela poder pegar o filho no colo, mas ela não estava lá. Chamei as enfermeiras e começaram a procurar desesperadamente ela, mas não a acharam. Deixei o bebê aos cuidados de minha mãe e fui pra casa tomar um banho e tentar localizá-la. Quando cheguei em casa lá estava ela: sentada no sofá olhando televisão com um pacote de Doritos e uma cerveja. Obviamente brigamos, pois ela havia fugido do hospital para fazer aquilo.
Pedro foi crescendo e aqueles absurdos se tornavam constantes. Ela estava bebendo e não demorou muito para começar a se drogar. A situação ficou fora do controle quando ela engravidou. Como eu não podia deixar uma criança inocente na mão daquela mulher, conversei com ela e decidimos que eu criaria a criança como se fosse minha. Comuniquei isso a Pedro e ele, por já ter 12 anos, aceitou na boa.
Era setembro, Lisa já estava pronta para ter o bebê, mas no dia em que ele nasceria eu estava viajando com Pedro como de costume, então ela se deslocou ao hospital e quando fui buscá-la no hospital ela não estava lá, então fui pra casa, mas o bebê não estava lá. Então eu perguntei:
-Ué, cadê o bebê? Que dinheiro é esse?
-Eu vendi ele. Tinha uns ricaços querendo ter um menino então eu vendi o bebê. Em troca, eles me deram 50 mil reais.
-VOCÊ VENDEU O NOSSO FILHO???
-Ah, cala a boca. Ele nem era seu filho.
-Mas eu criaria ele como se fosse meu!
-Ah, para de me irritar.
-Volta aqui!
Pedro ficou ali, parado olhando tudo aquilo. Quando chegou a noite, eu levei-o para jantar para poder conversar com ele com mais calma. O garoto entendeu a real situação da mãe e compreendeu os meus sentimentos. Voltamos pra casa e, como sempre, Lisa não estava em casa.
No outro dia de manhã, encontrei muita droga dentro da mala dela, mas fingi não ter visto aquilo, afinal, já tinha desistido dela. Tomamos café da manhã, peguei minhas chaves para levar Pedro à escola e ir trabalhar. Quando voltamos, a empregada estava atirada no chão, toda machucada e ao perguntar o que havia acontecido, ela disse que Lisa estava descontrolada e que a bateu e foi embora. Lisa nunca mais voltou.
Sinto pena dela, pois ela não viu o filho passando na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, não viu ele se tornando um grande médico e não viu ele ficar noivo. Acho que ela viu ela se destruir com as drogas.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Contos de pais: O paizão bicha louca


-Não faz sentido isso! Como pode você ser gay e ser pai? É pra eu entender? Porque se é, eu tenho que parar de pintar meu cabelo de loiro, porque estou ficando burra!
-Renatinha linda, vou te explicar mais uma vez: era uma vez, em um passado muito distante, exatamente há 14 anos, um príncipe chamado Nelson, mais conhecido como Neni, foi a uma festa, bebeu todas e fez um bebê com a Lucinda, mais conhecida como Luci e aí o destino separou aqueles seres, o Neni se assumiu bicha louca e abriu um salão chamado Diva, que é para as mulheres ficarem Divas. O tempo passou e ele descobriu que tem uma filha, chamada Flávia, que é a Flavinha. Entendeu agora, meu bem?
-Entendi, mas como é que você pretende criar essa menina, posso saber?
-Ué, fim de semanas eu faço tudo o que tenho direito com a minha pequena diva e todo o mês pago uma pensão, simples.
-Simples, quero só ver.
-Baby, relaxa.
As coisas entre Neni e Flavinha estavam indo bem. Ele a ajudava a preparar a festa de 15 anos dela, com muitas plumas, purpurina e muitos dançarinos gostosos. Eles gostavam de conversar e, em uma noite, Neni veio com uma ideia:
-Flavinha, vamos brincar de verdade ou consequência?
-Vamos papito.
-Eu começo. Você é virgem?
-Pai, você nem perguntou se eu quero verdade ou consequência.
-Não interessa. Sou seu pai, sou mais velho e sou meio homem, meia mulher, então eu decido. Responde.
-Sou virgem.
-AAH QUE LINDA! Eu não sou mais. Já fiz com muitos homens e uma mulher e, olha que legal, a mulher era a sua mãe. Legal né, baby? Quer que eu conte como foi a minha primeira vez com um homem? Foi quando eu tinha13 anos e foi...
-Pai, obrigada, não quero saber. Agora eu pergunto. Quem foi o seu primeiro amor?
-Ah Diva, não foi um, mas foram vários... Eram os Backstreet Boys. Antes eu só fazia sexo pra diversão mesmo, mas eu me apaixonei completamente pelos meus meninos. Aí o tempo passou e eu comecei a amar o Jesse McCartney, aí ele ficou gordo e eu não quis mais. Depois me apaixonei pelo Justin Bieber mas depois que o One Direction nasceu, eu me tornei um meio homem mais feliz.
-AAAAAAAHH VOCÊ TAMBÉM AMA O 1D??? EU SOU LOUCA POR ELES!!!
-AAAAAAAHH EU TAMBÉM!!! Ok, agora eu pergunto: você é bv?
-Não né pai. Enfim, quero falar de 1D.
A noite passou com os dois falando sobre One Direction. As noites do pai e da filha eram assim, conversavam até que um dia ela confessou que estava namorando. Quando apresentou o namorado ao pai, o garoto se sentiu no mínimo estranho, afinal, o pai da sua namorada era gay. O tempo passou e um dia, Flávia chegou ao salão do pai desesperada:
-Papito, você não vai acreditar no que aconteceu! O Jú me traiu com uma piranha qualquer!
-Oh meu Deus, tadinha da minha triste Diva. Ó, deixa que papai resolve isso pra você, tá?
-Resolver como, papito?
Neni não respondeu e acalmou a menina. No outro dia, ele seguiu o ex dela e, quando teve chance, foi falar com o garoto:
-É muito audacioso. Trair a minha Diva é absurdo demais.
-Ô viado, dá licença que eu não vou perder o meu tempo falando com uma bicha. Além de que ela mereceu ser traída. Não quis dar, peguei outra que quis.
De repente, a voz fininha de Neni sumiu e foi trocada por uma voz máscula, forte, a sua voz original:
-QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA FALAR ASSIM DA MINHA DIVA, SEU CANALHA? AGORA VOCÊ MORRE.
Neni deu uns 5 socos no garoto que foram suficientes para deixá-lo atirado no chão. Para terminar o serviço, Neni disse, com a sua voz fininha novamente:
-Quem disse que bicha não pode ser pai másculo? Mexe com a minha Diva de novo e eu acabo com a sua infeliz vidinha, tá, baby?

Contos de pais: O pai das "mocinhas"


Cristiano chegou ao velório às10 horas e o encerramento foi no cemitério, onde Maria Antonieta, sua esposa, foi cremada. Ele chorava triste, não apenas por ter perdido o amor de sua vida, mas por ter que criar gêmeas de apenas dois anos de idade.
Passaram-se semanas, meses, anos e as menininhas cresceram e já estavam com 11 anos de idade. Como de costume, ele estava sentado na mesa lendo o seu jornal enquanto esperava as meninas para o café da manhã, quando de repente escuta um grito de Alana. Ele saiu correndo abriu a porta do banheiro e perguntou:
-Filha, o que aconteceu?
-Aah, sai daqui pai!!
Ela bateu a porta na cara do pai e aparece Aline, a outra menina e diz:
-Bom dia, paizinho. Espera aí. Alana, o que aconteceu?
-Entra aqui e você vai ver!
Aline entrou e teve um ataque de risos:
-Pra quê tanto escândalo? O pai ficou assustado, sabia?
-E você acha que EU não estou assustada? Olha isso! OLHA BEM ISSO!
-Calma, espera aí.
Aline saiu do banheiro, riu um pouco e cochichou ao pé do ouvido do pai:
-Ela menstruou. Como ela sabe que vai ter que passar por tudo que eu passo, fez esse escândalo.
Cristiano riu, mas logo ficou sério, afinal, as filhas dele já eram mocinhas. Se haviam menstruado, logo arranjariam namorados e se menstruam poderiam engravidar. Não demorou muito para ele se desesperar e ficar dizendo "Oh meu Deus". Aline olhou para o pai e disse:
-Pai, o que aconteceu?
-Já pensou? Daqui a pouco estarão namorando, e casando, e fazendo filhos, e seus filhos menstruarão, e estarão namorando, e...
-Pai, homens não menstruam.
-Mas fazem filhos.
-Pai, deixa eu te explicar um negócio...
-DEIXA PRA DEPOIS, EU TO NECESSITADA AQUI NESSE BANHEIRO!
Aline entrou no banheiro, deu à irmã outra calcinha e um absorvente e Alana saiu cabisbaixa, toda vermelha de vergonha. Cristiano, todo fofo, disse:
-Filhinha, fica em casa hoje. Não precisa ir pra escola assim, fica em casa e de tarde tua irmã vem e te faz companhia. Agora vamos tomar café.
Já no café, ninguém falava nada, até que Aline interrompeu o silêncio e disse:
-Pai, tem que levar ela no ginecologista. Lembra quando você me levou? Agora é a vez da Alana.
Alana engasgou. Cristiano lembrou a primeira vez que levou Aline no ginecologista. Aquilo foi tão estranho.
-Ok, então vamos levá-la. Tudo bem, filha?
-Não. Eu preciso mesmo ir?
-Precisa.
-E tu vai ter que ver a minha...
-Se for necessário, sim.
-Não pai, que vergonha!
-Alana, menos. O que eu mais fiz na minha vida foi ver vocês duas nuas. Vi isso mais vezes do que vi a mão de vocês nua, ou seja, fica tranquila.
-Ah pai, mas a mãe era a tua esposa e quando você viu a gente, nós éramos pequenas.
-Não importa, você vai ir e pronto.
Passaram os dias e lá foram os dois. A ginecologista explicou o que tinha que explicar e depois da consulta foram ao supermercado, onde Aline os esperava para comprar um absorvente para a irmã. Chegando à sessão de absorventes, Cristiano resolveu ver como aquilo funcionava, mas não viu que um garoto se aproximava das garotas:
-Oi meninas.
-Oi Robson.
-Filhas, o que é "absorvente com abas"? Qual é a diferença entre absorvente íntimo e o normal? Ata, já entendi, o íntimo tem que enfiar, né? Acho que a Alana não vai gostar. E esse aqui que diz que tem gel, é gel tipo pomadinha pra não dar assadura?
A Alana e Aline ficaram com uma cara indescritível, vou deixar pra imaginação do leitor. Enfim, elas ficaram constrangidas. O tal de Robson se despediu e elas foram pra cima do pai. Ele não entendia o que elas disseram, já que estavam falando juntas, mas entendeu que elas estavam brigando com ele:
-Tá, meninas, escolham logo isso pra gente ir pra casa. Eu não me meto mais em coisa de mulher.
Eles compraram as coisas no caixa e foram pra casa. Na hora de dormir, Cristiano se despediu das meninas dizendo:
-Boa noite. Amo vocês, minhas mocinhas.
-Também amamos você pai, mas "mocinhas" não, tá?

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

História de professor: O sonho quase realizado.


Márcia era casada, mãe de dois filhos, tinha 45 anos e era uma advogada de sucesso. Todos juravam que ela era uma mulher completamente feliz, já que ganhava um salário mensal um tanto alto, mas ela não concordava com o que as pessoas viam dela. Seu sonho era ser professora, mas o medo da rejeição, a falta de atenção do governo e outros problemas fizeram com que ela desistisse do sonho e optasse por uma carreira mais sólida e que já havia um caminho traçado pelo seu marido.
Guilherme, seu filho mais novo, estava na sétima série e estava com muitas dificuldades com a matéria de história.
-Mãe, é muita data, é muito nome, é muito tudo.
-Tá filho, vamos começar por coisas que aconteceram há muito tempo...
Ela tinha didática, ensinava muito bem e conseguiu fazer com que o seu filho tirasse boas notas nessa matéria. Rafael, seu filho mais velho percebeu aquele talento e a incentivou a fazer uma segunda faculdade:
-Mãe, a senhora já tem filhos que não são mais crianças. Você e o pai têm dinheiro e você tem tempo, então por que não tentar?
-Ai filho, será que o seu pai vai aceitar?
-Mãe, faça-me o favor. O pai é o cara que mais te apoia em todas as suas decisões. Relaxa e segue o teu sonho.
Márcia conversou com o marido e ficou tudo certo: prestou vestibular, passou, fez magistério e se formou. Depois se especializou na matéria de história, que tanto gostava.
Começou então a dar aula em uma escola com 50 anos de idade e, para a surpresa da direção da escola, os alunos amavam-na e estavam tirando ótimas notas.
Porém, algo estava deixando-a incomodada: o desrespeito com o professor por parte de alunos e pais, além de estar enfurecida com o salário baixíssimo dos professores. Tudo bem, ela amava a profissão, mas merecia ganhar créditos, afinal, ela passava quatro horas diárias com os alunos e mesmo assim os pais insultavam-na e o governo insistia em investir na tão esperada Copa.
Cansada destes problemas, ela, junto com seus alunos, formou uma grande campanha chamando a atenção das pessoas pelas redes sociais. O projeto chamou a atenção, mas não o suficiente. Para os pais, era perda de tempo ler uma simples frase e refletirem sobre ela. Era inútil para a população participar de algo que fazia parte do futuro dos jovens que um dia se tornariam cidadãos.
Márcia não se abateu, muito pelo contrário, ficou feliz pelos seus alunos que entenderam a mensagem. Talvez, um dia, um de seus alunos também não se abateria e lutaria pelos direitos não dos professores, mas sim dos frequentadores das escolas, afinal, o que é uma pessoa bem sucedida sem um estudo aprofundado sobre algum assunto? Mas o que é um estudo aprofundado sem um ensino básico? O que é um ensino básico sem a escola? O que é a escola sem um professor? O que é um professor sem dignidade? Fica a pergunta.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

História de professor: Ou aprova ou morre

Júlio era engraçado, divertido, sorridente, ensinava a matéria muito bem, era dedicado em relação aos seus alunos e eram poucos os que reprovavam em sua matéria. Ele dava três provas por trimestre e o resto das notas eram trabalhos, seminários e etc., ou seja, todos os alunos o amavam, menos João Pedro. Esse garoto não queria saber de nada, a sua vida era resumida em festas, garotas, bebidas e outros absurdos.
Júlio até que tentava, mas João Pedro era difícil, nenhum professor conseguia fazer com que ele se interessasse por uma aula sequer. João era muito mimado, não aceitava um "não" como resposta e se o contrariassem, seus pais resolveriam o problema por ele e foi exatamente isso que aconteceu.
Já era fim de ano e João Pedro foi o único que ficou em recuperação. Passaram as duas semanas e veio o resultado: ele teria que repetir o ano em Geografia, matéria dada pelo professor Júlio. A família de João não se conformou e foi até a escola para tentar fazer com que o professor voltasse atrás e fizesse com que o garoto fosse aprovado, mas obviamente a resposta foi "não".
Aquela foi a gota d'água. Como aquele professorzinho ousava em ir contra as ordens da família de João? Mas ele iria mostrar quem é que manda. João e mais a sua turma foram atrás de Júlia e o bateram, mas pouparam a sua vida. Júlio continuou se negando a aprovar o jovem. Irritado por um professor enfrentá-lo, o pai de João mandou matar o professor e assim foi feito.
Até hoje o crime não foi provado por ter sido muito bem planejado, mas o que importa e o que mais assusta é a pergunta que não quer calar: até quando a violência contra professores continuará? O Brasil aguarda respostas.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

História de professor: O professor e sua esposa aprendiz


André saiu do interior para se formar em magistério e não demorou muito para se tornar um ótimo professor de matemática. Aos seus 30 anos ainda era solteiro, pois não tinha tempo e não via interesse em sair a não ser que fosse sair com os seus amigos intelectuais.
Ele havia sido convidado a ser professor de uma escola particular que sempre se mostrou extremamente melhor em relação às outras. Entrou na sala de aula no primeiro dia e logo viu o desafio o que teria que encarar: jovens mimados e arrogantes que adoravam mostrar o seu dinheiro, porém, eram todos muito inteligentes.
Ele se apresentou e o trimestre foi acontecendo de forma tranquila, menos para uma garota: Angelina. Ela já havia repetido o ano duas vezes e já era para estar no segundo ano da faculdade. Ela era dedicada e esforçada, mas a dificuldade em matérias como física, química, matemática e português a prejudicavam sempre. André se determinou em ajudá-la, era só precisava de auxílio, de uma família que realmente se preocupasse em gastar o seu dinheiro em uma professora particular do que ficar gastando nas futilidades da família, mas tudo bem, ele iria cumprir sua missão como professor:
-Angelina, espera aí, eu preciso falar com você.
-Fala profe.
-Angelina, você pode passar a tarde aqui hoje? Se o problema for o almoço, eu te levo para almoçar e depois a gente faz umas aulas extras, pode ser?
-Aff, tá, pode, eu vou ligar pra minha mãe avisando.
Angelina ligou para a mãe e ela e o professor foram almoçar. Os dois conversaram e aos poucos André foi entendendo o problema de Angelina: no passado não teve interesse nenhum na escola e seus pais diziam para não se preocupar pois no futuro o escritório de advocacia seria dela de qualquer forma, mas infelizmente ela não conseguiu se recuperar na escola.
Os dois voltaram para a escola e começaram a estudar. Não demorou muito para os almoços e estudos à tarde se tornarem comuns e prosseguiram pelo restante do ano, ou seja, foi o suficiente para um conhecer o outro e acabaram se apaixonando.
Começaram os problemas: um professor e uma aluna juntos terminariam em problema. Os encontros escondidos eram diários e em um desses encontros na casa de André que Angelina engravidou. Os dois guardaram segredo até a formatura e, quando Angelina se formou os dois admitiram o romance.
Por causa da rejeição da família dela, os dois se mudaram para outra cidade, os dois se casaram, tiveram o filho e Angelina é sustentada pelo salário de André. Ela estava feliz e não ligava pelo fato de ele ser 12 anos mais velho que ela e por não ter todo o luxo de antes. Ela amava o seu professor.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

História de professor: A professora realizada


-Bom dia, pessoal. Meu nome é Ana Maria e sou a nova professora de literatura de vocês. Antes de falar como eu trabalho, eu quero deixar algo bem claro: eu não quero qualquer comparação entre mim e a outra professora que saiu. Os problemas ocorridos com ela ficam com ela e agora não se fala mais nisso. Eu estou aqui pra recuperar a matéria e as notas de vocês, mas preciso de sua colaboração.
Ana Maria era a nova professora de um colégio público e tinha entrado lá de uma forma um tanto conturbada: a antiga professora se envolvera com drogas e acabou prejudicando todas as turmas que dava aula, o que fez com que os alunos perdessem conteúdos importantes e perdessem notas e Ana Maria havia entrado para não só substituí-la, mas também para recuperar os alunos.
-Bem, nós temos como regras pelo menos uma prova por bimestre, ou seja, teremos ainda, no mínimo, duas provas, mas pra vocês recuperarem as notas, terei que fazer mais trabalhos. Eu pretendo fazer três provas sobre livros, duas normais e uma de recuperação, e mais alguns trabalhos de produção textual em aula.
A turma odiou, afinal, teriam que se dedicar em ler livros chatos como Dom Casmurro e logo fazerem provas e ainda fazer textos. As reclamações não paravam, estavam estressados por antecipação. Ana Maria não se importou e continuou a fazer o que tinha que fazer: usar da sua juventude (ela tinha apenas 25 anos) para conquistar os jovens e fazer coisas que os fariam gostar do que estavam fazendo, e isso aconteceu.
Nas provas, a turma andava conforme a média, mas as produções textuais eram incríveis. A sua forma de fazer com que participassem era realmente interessante: ela entrava na sala de aula, sentava-se e começava a conversar, perguntava como andavam as festas, o que rolavam nelas, as modinhas do momento, os cantores em alta... Tudo. Depois da conversa ela explicava um pouco sobre tal tipo de texto e os jovens tinham que fazer textos baseados no assunto do dia. Todos amaram isso.
Além da realização de ver seus alunos se tornarem bons alunos e bons leitores, ela foi chamada para dar aula em uma universidade aos seus 30 anos de idade. Seus alunos se formaram e ela pegou uma nova turma.
Passou o tempo e ela entra na sua nova turma na universidade e dá de cara com um conhecido: Antônio, que foi o seu aluno na escola e ele seguiu a carreira com a literatura.
Mais uma vez, Ana Maria viu um de seus alunos se formar mais uma vez. Ela chorava de orgulho. Ser professora era um orgulho.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Histórias frustradas de amor: A triste história dos anos 50

Seis horas da noite, após um dia inteiro de trabalho, chego em casa e minha linda mulher estava me esperando com a janta pronta. A beijei, sentamos para comer, conversávamos com entusiasmo. Subimos para o quarto e tivemos uma linda noite de amor enquanto "eu te amo" se fixava em nossos ouvidos. Nós tínhamos uma linda vida juntos.
Um dia, começamos a frequentar um baile, com as melhores músicas dos anos 50. Ao som de uma música romântica, dançávamos abraçados. Vinha-me à cabeça os meus sonhos com ela: dar a ela o novo fogão cereja da Brastemp, os mais lindos vestidos de bolinhas e rodados e ter filhos com ela. Rosalinda interrompeu meus pensamentos pedindo para ir ao banheiro. Depois de meia hora ela voltou, se desculpou pela demora e fomos pra casa.
No outro dia de manhã, como de costume, me vesti, tomei café com Rosalinda, disse vários "eu te amo" e fui trabalhar. Ao voltar pra casa, seis horas da noite, o jantar não estava pronto e não sentia o seu perfume. Suas roupas não estavam no armário e sua aliança estava na cama junto com uma carta. Nela dizia que estava apaixonada por outro e que foi embora com ele. Disse que eu era carinhoso e amoroso, mas que não me queria mais.
Concluí que 1954 foi o pior ano de minha vida, mas só me restava curar o amor que sentia por Rosalinda.

Novidade!

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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Histórias frustradas de amor: Intensidade que mata


"Na boa, acha alguém da tua laia que é melhor." Foi isso o que o ex namorado da Débora disse pra ela quando viu que um guri no carnaval agarrou ela e obviamente terminou com ela, mas aquela frase dele não saía de sua cabeça. Então pensou em usar aquela frase a favor dela, afinal, ela era gostosa, divertida, sorridente, parceira pras festas e muito mais.
Um dia qualquer ela se arrumou: colocou um vestido preto justo e curto, um salto alto vermelho, passou um batom vermelho, soltou os cabelos longos e lisos e foi à festa. Não se passaram uma hora na balada e vários garotos já estavam na sua volta e ela só fazendo charme esperando o garoto perfeito pra ela e finalmente ele apareceu. O nome dele era Pedro, chegou todo sorridente, ofereceu a ela uma bebida (nem se importou em perguntar a idade, ele pouco ligava se Débora tinha 16 anos, ela era gostosa e fim de papo), conversou com ela, dançou com ela e em pouco tempo os dois estavam aos beijos, e que beijos. Débora não se importava se o garoto passava a mão nela de uma forma até mesmo asquerosa, ela também estava passando a mão nele.
Os dois trocaram telefones e redes sociais e cada um foi pra sua casa. Passaram os dias e os dois se falavam todos os dias, o tempo todo e a coisa foi ficando séria. Eles saíam juntos, "ficavam" e assim ia rolando o relacionamento, até quem um dia ele pediu-a em namoro e ela aceitou na hora. O que foi uma pena.
Os dois eram intensos, gostavam de beijos quentes, iam a festas em que havia muitas drogas e álcool e não demorou muito para terem relações sexuais sem camisinha, ela apenas tomava pílula anticoncepcional. Foi a partir daí que começaram os problemas. Os dois achavam que deveriam formar um casal moderno, ou seja: sexo em grupo, por que não? Drogas? Dão uma sensação boa. Álcool? Deixa tudo mais divertido. Esse era o pensamento deles, só que todas essas coisas juntas influenciam na vida dos dois. Pedro pegou HIV de Débora em mais uma das "diversões em grupo" deles. Os dois estavam viciados em cocaína e se não houvesse bebida em alguma festa, não tinha graça.
Em outubro de 2011, o casal foi internado às pressas no hospital. A última coisa que um disse pro outro foi:
-Eu te amo, mas não quero morrer assim.
-Débi, tem coisa melhor do que morrer junto com a pessoa que a gente mais ama?
-É verdade... É tipo Romeu e Julieta?
-Pode ser amor, mas relaxa, o Boca disse que cocaína não mata.
-Então tá meu lindo, eu te amo.
-Eu te amo minha gostosa.
O que o tal de Boca não avisou é que HIV e cocaína e álcool em excesso matavam sim e foi disso que eles morreram. No dia 10 de novembro Débora morreu e no dia 15 Pedro veio a falecer também.
Ao receberem as biópsias, as duas famílias entraram em conflito. Uma julgava a outra, diziam que o filho ou a filha morreram por influência de outro. Errados. Débora porque queria mostrar para o seu ex-namorado nerd que ela poderia arranjar um garoto muito mais intenso do jeito que ela gostava e Pedro morreu porque queria mostrar aos outros o quão descolado ele era, provando isso com a intensidade do seu relacionamento. O desejo por intensidade matou os dois.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Histórias frustradas de amor: Frustração dupla

Era uma vez uma linda princesa chamada Talita que sonhava em encontrar um lindo príncipe encantado, casar com ele e ser feliz para sempre. O sonho da Talita era esse, achar um príncipe encantado, perfeito, maravilhoso, que amasse ela acima de tudo. E ela achou encontrou um garoto assim, Carlos: ele era fofo, meigo, sempre mandava mensagens e ligava perguntando como ela estava se precisava de algo, era um amigo presente em sua vida e muito mais elogios que eu, Inácio, não tenho tempo e nem paciência de contar.
Sim, eu gosto da Talita. Enfim, ela gostava muito dele. Os dois estavam sempre juntos: iam ao shopping juntos, ele escolhia as roupas junto com ela, conversava com ela sobre tudo o que ela quisesse (tudo MESMO) e mais e mais coisas. Eu sou o contrário: gostamos de jogar futebol, mas gostamos de dar atenção às nossas garotas, mas com liberdade. Sempre fomos machos sem deixar de ser fofos, mas ela não percebia isso.
Era o aniversário de 15 anos de uma amiga e eu pensei que aquela seria a chance de ficar com ela e mostrar a ela o que eu sentia por ela, só que Tati queria ficar com o Carlos pra mostrar suas reais intenções e o Carlos eu não sei se queria ficar com ela, mas na festa fiquei sabendo. Aconteceu toda a cerimônia e chegou a hora da balada e todo mundo foi pra pista de dança. Eu me mantinha ali, perto dela, só cuidando se não iria vir outro cara pra cima dela.
A gente dançava e conversava, mas a Talita não olhava pra mim, só procurava pelo Carlos. Começou uma música mais romântica e eu pensei: "agora vai". Não foi. Ela não prestava atenção em mim e isso já estava me irritando. Quando eu ia dizer pra ela o que eu sentia ela arregalou os olhos e disse:
-Meu... Deus...
-Que foi?
-Olha o Carlos...
Quando olhei pra mesma direção eu vi que o cara estava aos beijos com outro garoto da turma num canto da festa. Sim, ele era gay. Eu acho o Carlos legal, mas eu sempre suspeitei da possibilidade de ele ser gay. Aproveitei e vi que era a minha chance. Cheguei ao pé do ouvido dela e disse:
-Tali, eu sempre gostei de você. Eu só nunca tentei nada porque achei que você e o Carlos tinham alguma coisa e...
-Mas eu queria que eu e ele estivéssemos juntos. Ele é um príncipe.
-E eu posso ser um se você me der chance.
-Não tem essa de chance. Inácio, você não é um príncipe, só o Carlos é, só o Carlos.
Eu juro, a garota saiu do salão batendo perna e foi embora. A sorte dela foi que aquela festa foi em Janeiro e já não tinham mais aulas, aí ela saiu do colégio e eu nunca mais vi ela. Eu também dei sorte. Eu pensei: "Ok, se ela saiu da escola por causa disso, é porque é boba". Se é ou não, eu não sei, só sei que nunca mais vi a garota e o Carlos agora namora com um garoto que eu não conheço.
Moral da história: não tem moral. Se tiver, comenta aí.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Histórias frustradas de amor: Amor de internet


Melissa, como de costume, voltou da escola, ligou o computador, logou no Facebook e começou a ver o que havia de novidade. Viu que uma pessoa desconhecida a enviou uma solicitação de amizade. Era um tal de Gustavo e antes de adicioná-lo ela foi olhar o perfil do garoto. Bonito ele era, aparentemente tinha 14 anos, a mesma idade dela e era gaúcho também. Ela se perguntou como ele a conhecia, mas se lembrou que, por ser uma dançarina de um CTG e por rodar o Rio Grande inteiro nos concursos ele poderia ter a visto e a adicionado. Fazia sentido e ela poderia adicioná-lo sem problemas.
Uns dois dias depois o tal Gustavo entra e chama Melissa pra conversar. Ele era maravilhoso, fofo, atencioso, querido, divertido, um príncipe.
Os dois logos viraram grandes amigos. Ele era de Santa Maria, ela de Porto Alegre, os dois tinham 14 anos e suas características em comum faziam com que Mel (apelido dado por Gustavo) ficasse cada vez mais encantada pelo garoto. Não demorou muito para um saber o suficiente da vida do outro o que foi um bom motivo para Gustavo pedi-la em namoro.
Passaram-se dois anos conversando pela internet e um ano e meio de namoro. Melissa, completamente apaixonada, não via problemas em contar tudo sobre a sua vida para o namorado, afinal, ele era o seu namorado e deveria saber absolutamente tudo sobre a garota, como, por exemplo, saber que o pai dela era um banqueiro, sua mãe uma promotora de festas, sua irmã uma estudante de moda. Morava no Bairro Ipanema, estudava em um colégio particular e assim por diante. Ela aparentemente também sabia tudo sobre ele.
Um dia, Gustavo deu uma notícia que deixou Melissa totalmente empolgada:
-Amor, eu vou dar uma passadinha aí em Porto. Meu pai quer resolver umas coisas aí.
-JURA??? E tu vai vir me vir?
-Se tu quiser, claro que vou. A gente podia se encontrar naquele parque grande e famoso, como é o nome?
-A Redenção?
-Essa mesmo. O que tu acha?
-Acho uma ótima ideia. To ansiosa agora hihi
Finalmente o dia 1º de agosto chegou. Estava aquele friozinho gostoso e Melissa aproveitou para colocar uma roupa elegante para ir ver o amado. Disse para a mãe que sairia com as amigas para um piquenique na redenção e que voltaria lá pelas17 horas.
E lá foi ela. Ficou bem no local indicado, bem na entrada do parque. Ela estava parada esperando, quando uma voz interrompeu seus sonhos com Gustavo:
-Melissa?
Ela abriu um sorriso e pensou: é ele. Enquanto se virava disse "eu". Mas quando mirou o rosto daquele homem percebeu que não era Gustavo. O homem logo a agarrou e do nada apareceram homens que ajudaram a leva-la para o carro.
Levaram-na para um local que ela mal conhecia. Pegaram o seu celular e discaram o número da família da garota. Os bandidos deram informações que confirmariam o sequestro, falando a roupa que vestia, sua idade, escola que estudava, o endereço, tudo. Depois de uma longe conversa chegaram a uma conclusão: caso pagassem um milhão para os bandidos entregariam a garota. Mas não combinaram que ela seria entregue viva.
E assim foi feito. Zombaram da inocência de Melissa, falaram que não existia Gustavo nenhum e que fariam o que fizeram com ela com outras várias garotas. Ela, em desespero gritava por ajuda. Cansados de tanta gritaria e desespero, o chefe dos homens disse:
-Cansei dela. Pode matar.
Bastaram dois tiros na cabeça e três no coração para que ela morresse. Conforme o combinado, o pai de Melissa deveria entregar o dinheiro para um motociclista que esperava na frente do Parque da Redenção. Entregue o dinheiro, o motociclista olhou se estava tudo certo e ligou para os demais bandidos. O receptor do dinheiro ordenou que o pai dela esperasse a garota no outro lado da rua e assim foi feito.
Apareceram então dois homens carregando a garota com o rosto coberto. Largaram-na no chão e saíram correndo. O pai correu em direção a filha, ao tirar o pano que cobria seu rosto viu-o todo ensanguentado e percebeu que sua roupa também estava assim. Ela estava morta. Mal sabia ele que quem matou a sua filha foi o amado dela. Mas quem era esse amado?

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Contos sobre Mães: A tia que é mãe.


Liana e Diana eram irmãs gêmeas. Fisicamente, as duas eram iguais, mas o jeito de uma era completamente diferente da outra. Liana era estudiosa, responsável e muito, mas muito apegada à família. Diana era festeira, a cada semana aparecia com um garoto diferente e eram raríssimas as vezes que ela ficava em casa. Diana também era um tanto irresponsável e sua irresponsabilidade fez com que ela engravidasse aos 18 anos.
No dia 08/11/99 Thomas nasceu. Ele nasceu sem pai, pois Diana não sabia quem era o pai de seu filho, já que ela engravidou de um cara em uma festa e, como estava completamente bêbada, não teve condições de lembrar quem foi o homem que a engravidou.
O tempo passou. O pequeno Thomas cresceu e, aos 5 anos, era um menino normal, cheio de saúde e muito inteligente. A avó dele, Dona Alzira, achava que era importante que ele fosse tão apegado à família quanto à tia e então desde cedo o acostumou com o lar e com as três mulheres que ocupavam a sua casa (O avô de Thomas já era falecido, ficando apenas Dona Alzira e suas filhas em casa).
Diana se aproveitava da situação. Usava como desculpa que era bem ele se apegar também ao restante da família sem a presença dela. Então, chegavam os convites para festas e lá ia Diana, deixando o filho aos cuidados de sua mãe e de sua irmã. A falta de presença dela na casa fez com que esquecesse o problema de coração que sofria Dona Alzira, que um dia veio a falecer de um ataque cardíaco.
Mesmo com a triste situação, Diana continuava saindo e deixando seu filho com sua irmã e, depois de uma noite de bebedeiras, ela pegou o carro e, ao voltar pra casa perdeu o controle do carro e sofreu um grave acidente. Diana não resistiu e morreu.
Liana ficou responsável por cuidar de Thomas. O menino estava revoltado com a situação. Ora, ele havia perdido a mãe e a avó no mesmo ano. Liana, inconformada com os atos de rebeldia do garoto tomou uma atitude. Sentou com o menino e disse:
-Thomas, o que você acha de fazer catequese?
-Nunca!
-Por quê?
-Porque não quero!
-Ah, vamos lá! Eu tenho certeza que você vai amar.
Depois de muita insistência lá foi o garoto fazer a tal de catequese. No começo ele odiou, mas depois a sua opinião mudou. Mudou muito mais quando, em um encontro, se falou sobre família.
-A gente deve sempre respeitar e amar aqueles que nos criam. Tem gente que a mãe ou o pai não são nossos pais de sangue, mas por ser quem nos criam quem nos dão amor, devemos dar o nosso melhor, até porque eles dão o máximo de si para que vocês tenham uma vida maravilhosa...
O discurso da catequista continuou, mas essa parte ficou gravada na mente de Thomas. Ele percebeu o quão injusto estava sendo com a tia, pois ela, que poderia colocá-lo num orfanato, mas não, ela ficou com ele e se dedicou tanto e ele retribuía com rebeldia.
Thomas voltou pra casa, deu um beijo e um abraço na tia e foi dormir.
Ele cresceu e aos poucos ia chamando Liana de mãe. Ela realizou o sonho de ser uma juíza de sucesso e criou Thomas com todo o amor possível.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Contos sobre Mães: Minha mãe baladeira casamenteira


Imagine só, eu, recém-formada, solteira, com os meus 23 anos de idade. Eu moro com a minha mãe, Lisandra, 39 anos recém-separada do meu pai. Ela casou e me teve cedinho, com 16 anos. Meus pais se conheceram em uma festa qualquer, ao som dos Mamonas Assassinas. Eles eram festeiros, loucos, se divertiam e nessas diversões eu fui feita. Aí baixou o santo da responsabilidade no meu pai e como diz a mamãe, ele "virou um chato". Ele se tornou o dono na empresa do meu avô e se tornou um cara de terno e gravata e sobrou pra mamãe estudar e se preparar para abrir a sua galeria de arte. Ela se formou e abriu a tão sonhada Galeria do Passado. Foi nesse tempo que ela se dedicava à sua galeria que o papai se dedicava ao trabalho e acabou conhecendo uma política qualquer e se apaixonou por ela. Óbvio que a mãe reparou e resolveu pedir divórcio, já que o lema da vida dela era: Felicidade acima de tudo.
Ela pediu divórcio, os dois se separaram numa boa e eu também não vi problemas na situação.
Foi depois dessa separação que eu conheci uma nova Lisandra: uma eterna adolescente. Estou saindo pra ir pra balada e ela aparece, toda produzida no paetês, como ela mesma disse.
-Filhota, mamãe vai ir à night com você, tá gostosa? Mamãe quer ver se ela ainda tá com tudo em cima e se ela ainda tem chance com os gatos desse Brasil.
-Claro mãe, vamos lá.
Eu fui dirigindo e pensando o quanto minha mãe era linda. Ela ainda tinha um andar jovem, ainda tinha um corpão e ainda chamava a atenção dos homens. Impressionante que eu não percebia tudo isso antes do divórcio dela e do papai.
Chegamos à balada, entramos, ela pegou uma bebida e eu uma água, já que eu iria dirigir depois. Encontrei umas amigas e elas se surpreenderam ao ver a minha mãe lá, mas logo a presença dela se tornou incrível. Ter a minha mãe numa balada comigo era incrível. ERA. Até o momento que os caras começaram a vir em mim e irem nela. Uma sentia mais ciúmes da outra, impressionante, mas acabamos não ficando com ninguém.
Já era 4 horas da manhã e eu disse:
-Mãezinha, vamos?
-Não não bebê, a mamãe vai ficar mais um pouquinho. Eu tenho dinheiro, eu pego um táxi, pode deixar.
Me despedi e levei minhas amigas pra casa e ao chegar a casa fui dormir.
Quando acordei (já era quase 13h30min) a mãe e mais um cara que eu não sei quem é, estavam na cozinha preparando o almoço.
-Bom dia gostosa da mamãe! Dormiu mais que eu, hein? Esse é o Lulu. Lulu, essa é a Bia
-Tudo bem gata?
-Tudo e contigo?
-To de boa.
Eu estava no mínimo assustada. Cara, minha mãe, de 39 anos arranjou um cara de 25. Desde quando essa mulher é tão boa assim? Eu estava, no mínimo, paralisada. Mas até que o cara era legal, tinha um papo interessante, eu o curti. Ele almoçou com a gente e foi embora.
Quando ele saiu, mamãe contou:
-Filhota, você não vai acreditar. Eu tava dançando muito, inclusive na hora que você saiu. Aí vieram uns caras muito loucos dando em cima de mim e tentaram mexer comigo, aí eu pensei: "iiih, essa festa tá virando baixaria, vou me mandar". Aí estava eu parada esperando um táxi e os caras começaram a vir. Aí o Lulu me ofereceu carona e eu bem louca aceitei. Aí ele me trouxe, mas eu não ia deixar o menino voltar pra casa tão tarde, aí ele dormiu no sofá.
Eu tava de boca aberta. Minha mãe era louca de deixar um cara que ela nem conhecia dormir aqui em casa, mas o jeito divertido dela, a mania de falar "aí" e as informações que ela deu sobre o cara me fez simplesmente rir e deixar passar. Então, ela disse:
-Filha, ele nos convidou pra ir num barzinho hoje, vamos?
Eu não ia dizer não pra ela. Aceitei e, conforme o combinado, estávamos no barzinho às 20 horas. Ele chegou, nos cumprimentou e começamos a conversar. Porém, a maquiagem da mamãe não disfarçava o sono dela. Ela disse então que iria ir embora, pois era velha e queria ir pra casa ver a novela, botar o seu pijama rosa e dormir, e foi isso que ela fez.
Eu e o Lulu conversamos um monte, contamos sobre as nossas vidas, sobre os nossos gostos, sobre as pessoas que nos relacionávamos e mais um monte de coisas. E assim foi, combinamos de sair mais vezes e os encontros foram acontecendo.
Depois de uns dois meses começamos a namorar. Depois de um ano eu estava noiva. Depois de um ano e meio eu estava casada. E tudo isso graças à minha mãe (e graças a Deus que me deu uma mãe maravilhosa). E ela? Ela continua saindo e agora faz viagens pelo mundo, fazendo muitas amigas e pegando muitos garotões.

Contos sobre Mães: A mãe que criou a filha da assassina


Ela começou a sentir as contrações, Mirella queria nascer. O marido pegou as coisas do bebê, as chaves do carro e saíram em disparada em direção ao hospital. Chegaram e Andressa teve a filha Mirella às 14h53min do dia 20 de agosto de 2005. Logo após o nascimento, a nova mamãe foi levada para o quarto e o bebê para a incubadora, já que a pequena nasceu de um parto prematuro.
João Carlos, pai da menina fez as ligações anunciando o nascimento de sua terceira filha (a primeira era fruto do casamento com sua ex-mulher a segunda de uma "pulada de cerca" do homem). Ele ligava pessoas, enfermeiros, médicos passavam até que passa uma pessoa que o fez ficar incomodado. A enfermeira para e pergunta:
-Oh, nasceu a sua terceira filha Senhor Carlos?
-Maria, para de provocação! Já falei que não é pra gente ficar se cruzando por aí. Eu to pagando a pensão da Bruna, não me irrita!
-Nossa, que deselegância. É um dia feliz, pra que tanto estresse? Mas que pena que ela está na incubadora, né? A Bru não nasceu saudável. Olha, é coisa da família da tua mulherzinha.
A enfermeira é ex-amante de João. A relação deles aconteceu quando a sogra dele estava internada no hospital e, nas madrugadas, ele era o responsável de ficar com a senhora, mas em vez disso, se encontrava com a enfermeira Maria no banheiro do quarto da senhora, o que acabou fazendo Maria engravidar.
Maria era ciumenta, não suportava saber que não tinha o homem que tanto amava casado com outra. Mais ainda, odiava saber que a filha dela não era reconhecida legalmente, mesmo João Carlos pagando a pensão. Para Maria, não era suficiente, ela não suportava saber que o homem desistira dela e se dedicara totalmente à esposa. Ela queria vingança.
Ao ser mandada por João Carlos, ela seguiu caminho ao local onde ficavam as incubadoras. Ela olhou bem, cuidou para ver ser não havia ninguém na sala e agiu. Ela pegou Mirella no colo e a levou para o berçário do hospital, como se ela fosse um bebê comum. Não demorou muito para a recém-nascida vir a falecer. Então, Maria seguiu o seu caminho e João Carlos pediu a outra enfermeira que o levasse até a UTI neonatal para ver a sua filha de longe. Ao chegar lá, teve uma surpresa: ela não estava lá e ele falou isto à enfermeira. Ela entrou e conferiu: o berço da menininha estava vazio. Em pouco tempo, os seguranças do hospital foram conferir as câmeras de segurança. Lá estava Maria carregando a pequena  Mirella para o berçário. Ao chegar lá, ela estava morta.
A polícia foi chamada e começaram a procurar pela enfermeira. João Carlos não se importou, foi ao quarto da esposa, que esperava ansiosamente por notícias da filha, para contá-la o ocorrido:
-Como está a Mirella, amor? Ela está bem?
-Amor, eu preciso que você me escute. É muito triste dizer isso. É que a Mirella não resistiu...
-COMO ASSIM ELA NÃO RESISTIU??? O médico disse que ela ficaria bem logo!!!!
-Ela estava bem, mas... Amor, lembra da Maria?
-Maria? Aquela tua ex-amante? Sim, infelizmente eu me lembro dela. Mas o que ela tem com isso?
-Ela é enfermeira daqui. Ela pegou a nossa filha e tirou ela da UTI. Por isso a Mirella não resistiu.
O choro daquela mãe era desesperado. Nos pensamentos dela só havia a filha. Ela imaginava a sua pequena crescendo, se tornando uma mulher e futuramente sendo mãe também.
Os pensamentos dela foram interrompidos pelos gritos da enfermeira assassina sendo presa.
Logo, uma ideia talvez sem sentido, mas que aquela mãe queria muito passou pela sua cabeça:
-Amor, como vai ficar a Bruna?
-Ah, é verdade, a Bruna... Meu Deus, eu não sei!
-Traz ela pra morar com a gente. Eu crio ela como se fosse minha filha. Ela não tem culpa. Ela não deve pagar pelos teus erros e pelos erros da mãe dela.
João Carlos, perplexo, só disse que se era isso que ela queria, era isso que seria feito.
O tempo passou, a Bruna cresceu chamando a madrasta de mãe. Maria, quando saiu da prisão e soube que a filha estava sendo criada pela sua "inimiga" entrou em depressão e, por falta de alimentação, higiene e cuidados com a saúde veio a falecer.
A família hoje é feliz. Eles não se esqueceram de tudo o que passaram, mas se adaptaram a sua história.